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Humala promete crescimento para todos no Peru

O candidato presidencial peruano Ollanta Humala reiterou sua promessa de reformas sociais orientadas para fazer com que o crescimento chegue a todos, em uma atividade de massas, que encerrou sua campanha.

Humala liderou uma enorme manifestação na capital na noite passada, o último dia em que estavam permitidos atos públicos pelo Tribunal de Justiça, antes do segundo turno, que acontece no próximo domingo. No pleito, Humala disputa com a conservadora Keiko Fujimori.

Após assinalar que os frutos do crescimento econômico devem beneficiar todos e não apenas alguns, advertiu que tal bonança é transitória, pois se deve, fundamentalmente, aos preços elevados dos minerais, principal produto de exportação do país.

Por isso, Humala defendeu avançar no desenvolvimento integral e estimular a produção nacional, para que o Peru consuma o que produz.

Ele também disse ainda que as pessoas devem votar no domingo sem medo e com memória, para preservar a democracia e impedir o regresso a um passado negro em que 300 mil mulheres foram esterilizadas, um tempo em que desapareciam estudantes e jornalistas eram eliminados.

O evento contou com a presença do ex-presidente Alejandro Toledo e de líderes de outras forças de apoio Humala, de centro e esquerda, assim como de intelectuais, artistas e outras personalidades.

Nas proximidades, a candidata Fujimori encabeçava outra manifestação na qual se apresentou como a garantia a continuidade do modelo econômico e lançou ataques contra Humala e correntes progressistas na América Latina.

O evento teve a participação de ex-candidato presidencial, Pedro Kuczynski, e a ex-ministra da Economia, Mercedes Aráoz, ambos neoliberais, que se juntaram à campanha de Fujimori.

Empate técnico

Uma nova pesquisa confirmou o empate técnico entre os dois candidatos. A sondagem, da empresa CPI, confirma a ascensão de Humala, atribuindo a ele 50,5% dos votos, contra 49,5% da sua rival.

No domingo, uma outra pesquisa do CPI dava a Fujimori uma superioridade de quase quatro pontos de Fujimori, que, na quarta-feira passada tinham sido reduzida para dois pontos. Em outros institutos de pesquisa a situação é semelhante. Na sondagem divulgada pelo jornal La Republica, Humala teve 43,8%, enquanto Keiko obteve 42,5%. Na do jornal El Comercio, Keiko teve 43,5% e Humala 42,6%.

Para os analistas políticos, a definição está nas mãos dos indecisos que, tradicionalmente, optam por escolher no momento da votação. Nesta reta final, os dois candidatos intensificaram os esforços para conquistar esse grupo, que representa cerca de 20% dos 20 milhões de eleitores.

Vitorioso no primeiro turno em 10 de abril, Humala, 48 anos, é tenente-coronel da reserva e tem orgulho da origem indígena, como 80% da população peruana. Durante a campanha, o candidato  defendeu o aumento de impostos sobre as empresas de mineração para financiar programas sociais. Ele também se diz favorável a manter os acordos referentes aos tratados comerciais e a liberdade de imprensa.

Keiko é a herdeira de uma corrente liberal e populista que nasceu com seu pai, Fujimori, que está preso, condenado por corrupção, enriquecimento ilícito e violação dos direitos humanos. O "legado" do ex-presidente é o principal tema da campanha de Keiko e causa efeitos positivos e negativos, uma vez que Fujimori inspira admiradores e adversários.

Contra Keiko pesa o medo de parte da população sobre o regresso de um período marcado pela corrupção e pelo desrespeito às instituições políticas. Durante a campanha, a candidata tentou desfazer os temores, prometendo um contato direto entre o governo e a sociedade, estimulando os investimentos às pequenas e médias empresas e à implementação de programas sociais.

Com agências