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Economia deve apresentar queda no ritmo, diz especialista 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira 3, que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 6,2% no acumulado dos últimos 12 meses, em comparação com os quatro trimestres anteriores. Nos primeiros três meses de 2011, o aumento foi de 1,3% sobre o ano passado. Porém, uma queda no ritmo da economia já é esperada, em decorrência das medidas do governo para conter a inflação, por exemplo. 

“O governo quer ter um controle mais eficaz da inflação agora, para poder crescer mais no futuro sem pressão”, afirma o mestre em Controladoria e Contabilidade e membro da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Essa desaceleração pôde ser notada nos dados do IBGE na indústria, com a queda no crescimento de 4,3% no quarto trimestre de 2010 para 3,5% no primeiro trimestre de 2011. Movimento que deve afetar também o setor primário (agricultura), segundo Cambria.

“Medidas como a elevação da taxa básica de juros e o controle de dólares – em menor escala – tornam mais caro para o empresário investir nessas áreas da economia”, diz. “O fim dos incentivos do governo durante a crise, como redução no IPI, e a arrecadação de impostos também influenciaram nessa queda”, completa.

O setor de serviços, que no primeiro trimestre de 2010 cresceu 4,2%, deve ser a exceção. “O povo está com dinheiro para gastar e em algumas áreas o trabalhador tem até poder de barganha no salário, devido à escassez de mão-de-obra”, avalia.

No entanto, a diminuição do consumo das famílias após três períodos seguidos pode indicar uma mudança neste cenário no futuro. “Foram registrados seguidos aumentos na alimentação e aluguel, o que leva as famílias a cortarem gastos”, explica Marcelo Cambria.

Outra área da economia que enfrenta problemas é da exportação, registrando queda de 3,2% na comparação do quarto trimestre de 2010 com o primeiro de 2011, enquanto a importação caiu apenas 1,6% no mesmo período. Fator explicado pela forte valorização do real em relação ao dólar. “A facilidade de exportar caiu muito, prejudicando nossa balança comercial, pois diversas empresas brasileiras são voltadas totalmente para o mercado externo”, afirma Cambria.

O reflexo direto desse ganho da moeda nacional é um aumento do consumo de itens importados e maiores gastos no exterior. “Viajamos muito mais para outros países, mas nosso produtor sofre”, conclui.

Fonte: Carta Capital