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Bombeiros libertados no RJ voltarão a reivindicar salários dignos

De mãos dadas e com um semblante que mistura cansaço e alívio, os líderes dos bombeiros que estavam presos há uma semana e receberam habeas corpus nesta sexta-feira (10), no Rio, disseram que voltarão a reivindicar melhores salários. "Agradecemos à população que veio resgatar o corpo de bombeiros, mas o que houve hoje foi a nossa liberação. Agora está faltando a anistia e aí, sim, vamos sentar para começar a negociar", disse o cabo Daciolo.

Nesta semana, o novo comandante dos Bombeiros, Sérgio Simões, afirmou que o piso salarial que os bombeiros pedem está acima do teto do governo. Os manifestantes pedem o mínimo de RS 2 mil. "Será mesmo que o Estado não tem dinheiro para pagar um bombeiro com tanta taxa que nós pagamos?", indagou Daciolo, que nega a possibilidade de o movimento reduzir o valor.

Na noite desta sexta, foram liberados apenas nove militares dos 439 detidos, mas eles disseram que vão permanecer no quartel de Charitas, na região metropolitana, até todos saírem. "Entramos juntos, sairemos juntos. Depois seguiremos para a Alerj para agradecer os parlamentares. E que fique claro que não existe política aqui. O que recebemos foi o apoio de muitos parlamentares", afirmou Daciolo.

No domingo haverá uma passeata em Copacabana para agradecer a libertação de todos e para pedir a anistia. Momentos antes de falarem com a imprensa, os bombeiros entoavam hinos sob muitas palmas, ao lado dos familiares.

Anistia

Após o habeas corpus, os políticos apressaram a elaboração de projetos para anistiar os bombeiros de processos criminais e administrativos. Pelo menos cinco projetos de anistia serão apresentados no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Rio.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse nesta sexta-feira (10) que aprovará na próxima semana uma emenda à Lei nº 12.191, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anistiou militares de nove estados punidos por movimentos reivindicatórios em 1997. O objetivo é ampliar o benefício para os bombeiros que participaram dos protestos este ano no Rio.

“Conseguiremos aprovar esta emenda na próxima semana. As famílias estão apavoradas com a possibilidade de processos contra os manifestantes”, afirmou o senador. Na Câmara dos Deputados, pelos menos três projetos de Lei para a anistia circulam. Os deputados do PSOL Chico Alencar e Jean Willys, do Rio, e Ivan Valente, de São Paulo, concluíram um projeto de Lei.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) também anunciou que elaborava um texto semelhante, assim como o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ). Na Assembleia Legislativa do Rio, 25 deputados, das mais diversas correntes políticas, assinaram uma proposta de Emenda Constitucional para anistiar os servidores no âmbito estadual.

Da Redação, com agências