Marcha das Margaridas: Trabalhadoras Rurais em ação

Marcha pede fim da violência e educação não sexista no Piauí e tenta ser recebida pelo governador

margaridas - Yala Sena
Mais de 4 mil mulheres de 200 municípios do Piauí estão saindo em caminhada na Marcha das Margaridas contra a violência no campo e reivindicando políticas na área da saúde, educação e meio ambiente. Elas estavam concentradas em frente a Assembleia Legislativa e seguem até o Palácio de Karnak, onde irão tentar uma audiência com o governador Wilson Martins.

Francisca Gilberta de Carvalho, conhecida como Caçula, diretora da Fetag, afirma que "se eles não vão ao campo, a gente vem" e anuncia que Teresina vai tremer com a Marcha das Margaridas.

A secretária de Mulheres da Contag, de Brasília, Carmem Foro, declara que as mulheres defendem este ano sete eixos: biodiversidade, meio ambiente, autonomia das mulheres, violência, educação não sexista, saúde e educação.

Elas defendem que a política de educação seja voltada para o campo, que não reproduza na sala de aula que a mulher é inferior e que seja ensinado que as mulheres têm direitos iguais.

Rosalina Rodrigues, secretária estadual da Mulher na Fetag, priorizar o combate à violência para que seja implantada a Lei Maria da Penha no campo. "As mulheres estão sendo agredidas, violentadas e não há punição", afirma.

Elas defendem ainda que o governo faça campanha de divulgação em relação ao risco da produção de alimentos transgênicos e restrição ao uso de agrotóxicos.

Francisca Gilberta coloca também que é importante priorizar a implantação da lei da merenda escolas, que diz que os produtos da agricultura familiar sejam adquiridos pelas prefeituras para serem consumidos nas escolas.

Elisângela Moura, tesoureira da FETAG-PI destaca o papel político das mulheres e da Marcha: "Há muito tempo que as mulheres vem ocupando papéis importantes na política nacional. Além da presidente Dilma, temos um crescimento no parlamento e na administração de municípios. Mas antes disso, antes de eleger presidenta (sic) nós já estávamos nos movimentos sociais, nos Sindicatos, lutando para garantir nossos espaços. O movimento Sindical do Brasil nasce vinculado à luta das mulheres, portanto, mobilizar as trabalhadoras do campo e da cidade por melhorias na condição da vida das trabalhadoras e da sociedade de uma maneira geral é legítimo. O Movimento Sindical Rural respeita, valoriza e estimula a participação das mulheres nas instâncias e na base." finaliza Elisângela.

Marcha das Margaridas
O nome da Marcha que acontece desde 2000 é uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves.

Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.


Fonte: Meio Norte
com informações da Redação do Vermelho no Piauí