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220 sites oficiais foram hackeados, informa o Serpro

Vinte portais do governo federal e 200 sites municipais, principalmente de prefeituras, foram hackeados na última semana, segundo estimativa do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) — empresa vinculada ao Ministério da Fazenda e responsável por parte dos sites do governo federal. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, propôs realizar um "Hackers Day" e um grupo que assumiu os ataques virtuais convoca passeatas no mundo real.

O momento crítico foi a interferência no site da Presidência da República na madrugada de quarta-feira. Na primeira hora da quarta, o site recebeu 2 bilhões de acessos — dez vezes mais do que o normal –, o que fez o Serpro retirar o site do ar por uma hora, explicou o diretor-presidente da empresa, Marcos Mazoni.

Paralelamente, o site da Receita Federal foi hackeado, mas não foi necessário tirá-lo do ar, diz Mazoni. Ele explica que os dois ataques da quarta-feira foram apenas de carga, ou seja, muitas tentativas de acesso e não uma tentativa de entrar na base de dados do governo.

Segundo Mazoni, a base de dados do governo administrada pelo Serpro (como os presentes nos sites da Presidência, Receita e Fazenda) não foi acessada. Dados de pessoas públicas divulgados pelos hackers são conseguidos normalmente em bases públicas, continua ele.

"Nenhum dos dados saíram das nossas bases, elas continuam íntegras". Houve apenas uma tentativa de pichação — quando troca-se o texto original do site por alguma mensagem ou desenho — no site da Presidência, mas sem sucesso.

Mazoni diz que os hackers continuam tentando atacar os portais públicos com uma frequência duas vezes maior que o normal. Os registros identificados nos ataques estão sob investigação da Polícia Federal e da Abin, ainda segundo o Serpro.

Hackers Day

Após os ataques, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse nessa segunda-feira (27) que pretende convidar grupos de hackers para ajudarem a desenvolver meios de dar mais transparência aos portais do ministério. “Hackers são jovens talentosos e criativos que eu, inclusive, quero incorporar no meu ministério. Quero convida-los para um ‘Hackers Day’. A gente chama os hackers para eles desenvolverem soluções próprias. Estou desenvolvendo um projeto para dar transparência total no ministério, todos os gastos, tudo. Quero chamar os hackers para ajudarem a construir os indicadores e as formas de transparência. É para abrir as informações. Quero que seja uma referência”, disse Mercadante.

Enquanto Aloizio Mercadante propõe a realização do Hackers Day, um grupo que se diz responsável pelos ataques aos sites oficiais, LulzSecBrazil, convoca passeatas no mundo real. A ideia do grupo é promover nas capitais de diversos estados protestos contra o “governo corrupto e pela liberdade de expressão”.

Da redação, com agências