Instituições debatem pesquisa sobre a CPI da Exploração Sexual

Em reunião, nesta quarta-feira, 29, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescente da Casa coletou depoimentos de instituições interligadas com a questão, que formam um “Grupo Focal”. O momento integra as ações para a elaboração da pesquisa “Rota da Exploração Sexual Infantojuvenil em Fortaleza”, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Américo Barreira (Ipab).

Na ocasião, o Ipab apresentou uma matéria sobre turismo sexual em Fortaleza, veiculada pela Rede Record, sendo debatida entre os participantes do Grupo Focal. O objetivo, segundo Leonardo Vasconcelos, do Ipab, é traçar caminhos para o combate à rede de exploração sexual na Capital, apontando pontos estratégicos de prostituição e possíveis ações para inibir a prática. A pesquisa tomará também como base relatórios elaborados pela Prefeitura e entidades.

A vereadora Eliana Gomes (PCdoB), relatora da CPI, destacou a importância do apoio da sociedade aos trabalhos da Comissão, tendo em vista a Copa de 2014. Com um mês de instalação da CPI, Eliana salientou a necessidade de um diagnóstico aprofundado sobre a exploração na Capital, chamando também a responsabilidade dos meios de comunicação na midiatização da atuação da rede de exploração sexual.

O presidente da CPI, vereador Antônio Henrique (PTN), questionou o Sindicatos dos Taxistas (Sinditaxi) sobre a conduta da entidade em relação aos condutores que contribuem com a exploração sexual. O parlamentar ressaltou uma pesquisa da Secretaria de Turismo de Fortaleza, que aponta os taxistas como o principal intermediário da prática com 52,9%.

Vicente Medeiros, presidente do Sinditaxi, falou que os casos geralmente acontecem com os condutores auxiliares, que a noite arrendam os taxis dos permissionários. Ele destaca que o sindicato junto com a Etufor pune os profissionais, e também realizando um trabalho de capacitação para os motoristas auxiliares. Vicente Medeiros colocou a entidade à disposição para a realização de uma campanha nos taxis contra a exploração sexual, que poderá utilizar adesivos na frota, que hoje conta com 4.500 veículos cadastrados.

“Nós, sociedade, temos uma parcela de culpa pelo problema, temos que denunciar e não ficar omissos a isso”, apontou a presidente da Associação das Prostitutas do Ceará, Rosarina Sampaio. Para ela é importante que a se mostre o problema, mas que haja ações efetivas no combate à rede de exploração.

O debate contou com a participação dos vereadores Alan Terceiro (PTdoB), Plácido Filho (PDT) e Vitor Valim (sem partido); das Secretarias de Diretos Humanos, de Turismo; Guarda Municipal de Fortaleza; Polícia Militar do Ceará; Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente; CREAS de Fortaleza; e da Associação Brasileira da Indústria Hotéis – Seção Ceará.

Fonte: Site da Câmara Municipal de Fortaleza