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Marinha israelense toma controle de barco que rumava a Gaza

A Marinha israelense tomou de assalto, nesta terça-feira (19), o Dignité-Al Karama (Dignidade), navio francês da Flotilha da Liberdade, comboio humanitário que navegava em direção a Gaza, e assumiu o controle da embarcação.

Mais cedo, oficiais a bordo dos navios da marinha israelense pediram aos ativistas – que tentavam romper o bloqueio a Gaza, – que mudassem de rumo, ou o barco seria abordado por militares. Os soldados israelenses "abordaram o navio sem encontrar resistência e o estão rebocando até o porto de Ashdod", no litoral mediterrâneo de Israel, disse um porta-voz militar israelense.

Em um comunicado, a marinha afirma que foram tomadas "todas as precauções necessárias e, dessa vez, evitaram causar ferimentos aos ativistas, além de garantir a segurança dos soldados". A Polícia israelense vai interrogar todos os ativistas, jornalistas e a tripulação, que estão sob a custódia do Ministério do Interior e a Autoridade de Imigração.

A ordem de tomar a embarcação foi dada diretamente pelo chefe do Estado-Maior israelense, o general Benny Gantz, depois que a tripulação do Dignité-Al Karama rejeitou alterar o rumo em direção à faixa palestina, segundo a versão digital do diário israelense Ha'aretz, que tem um jornalista na embarcação.

Navios da Marinha israelense começaram a seguir de perto o iate, de 19 metros de comprimento, quando este estava a 50 milhas náuticas do litoral de Gaza e exigiram que identificasse o destino final e informasse sobre a presença de armas a bordo, indicou o rotativo.

Um dos ativistas respondeu que o porto de destino era Gaza e que não havia nenhum tipo de armas a bordo. O porta-voz militar não respondeu se a intercepção do Dignité ocorreu em águas internacionais ou nas águas exclusivas de Gaza. Ativistas denunciam que a abordagem foi ilegal.

"O Dignité foi abordado de forma ilegal em águas internacionais, quando estava a 40 milhas de distância do litoral palestino", disse Julien Rivoire, porta-voz da organização francesa que fretou a embarcação.

"É a segunda vez que os israelenses abordam uma embarcação com delegação pacífica que quer chegar a Gaza para levar uma mensagem de apoio da comunidade internacional", destacou Rivoire e afirmou que "a abordagem de um navio civil em águas internacionais é ilegal, como também o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza".

O Dignité-Al Karama, único barco do comboio humanitário que conseguiu driblar as autoridades gregas e partir rumo à faixa palestina, levava a bordo dez ativistas e três tripulantes, além de três jornalistas, uma de Ha'aretz e dois da rede de televisão catariana Al Jazeera.

No Facebook, os organizadores da viagem reportaram que nos navios israelenses havia "militares armados e equipados".

A missão da Flotilha da Liberdade é levar várias toneladas de ajuda humanitária à população palestina de Gaza, submetiva a uma aguda crise em consequência do bloqueio marítimo e terrestre que Israel mantém sobre o local desde 2006.

Em junho do ano passado, militares israelenses atacaram a primeira Flotilha da Liberdade, matando nove pessoas e deixando feridas mais de 50, durante assalto ao barco Mavi Mármara, de bandeira turca.

Com agências