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Presidente da Somália faz apelo urgente por ajuda humanitária

O presidente da Somália fez nesta quinta-feira (21) um apelo urgente por ajuda humanitária internacional, depois da ONU ter anunciado uma crise de fome no país. Estima-se que cerca de 2,8 milhões de somalianos já tenham sido atingidos.

"A situação é muito grave. As condições são muito duras", afirmou o presidente somaliano Sharif Sheikh Ahmed, durante entrevista exclusiva em sua residência em Mogadício.

"Pedimos que a comunidade internacional auxilie os somalianos, os que estão na Somália e nas fronteiras. Solicitamos ajuda com urgência", acrescentou.

A ONU declarou um surto de fome em duas regiões do sul da Somália e alertou ontem que a situação pode se espalhar rapidamente se não houver uma resposta internacional imediata e maciça.

Segundo a organização, esta crise representa a mais grave situação de insegurança alimentar que há hoje no mundo, com os índices de desnutrição mais altos do planeta, de até 50% em algumas zonas do sul do país.

Os dados divulgados pelas Nações Unidas mostram que quase a metade da população da Somália, cerca de 3,7 milhões de pessoas, se encontra em crise humanitária, dos quais 2,8 milhões estão no sul do país.

O sul da Somália está sob o controle da milícia extremista islâmica Al Shabab, vinculada à Al Qaeda. Desde 2009 até julho deste ano, o grupo proibiu a entrega de ajuda humanitária aos territórios que controlava. Com o avanço da fome, recuaram da decisão.

Ontem, os EUA também anunciaram envio de ajuda alimentar à Somália, mas exigiram que o Al Shabab não intervenha na distribuição. A milícia está na lista de organizações terroristas da inteligência americana.

Segundo números das Nações Unidas, a seca e seus devastadores efeitos no Chifre da África (região que compreende Quênia, Somália, Dijibuti e Etiópia) mantêm em situação crítica pelo menos 10 milhões de pessoas na região.

Fonte: Folha de S. Paulo