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PC Cubano aprofunda debate sobre mudanças no país

O segundo pleno do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC) foi realizado em Havana no último final de semana, sob a presidência do seu primeiro secretário, Raúl Castro, e debateu a aplicação das decisões do 6º Congresso.

De acordo com o Noticiário Nacional de Televisão, o encontro se iniciou no último dia 30 de julho, Dia dos Mártires da Revolução, com um minuto de silêncio em homenagem aos revolucionários Frank País e Raúl Pujols, assim como aos que caíram ao longo das lutas do país.

José Ramón Machado Ventura, segundo secretário do PCC, apresentou um informe no qual são explicadas as ações realizadas pela organização em cada província para dar continuidade à análise dos temas debatidos no 6º Congresso do partido.

O informe teve também por foco a criação das bases para a implementação dos Lineamentos da Política Econômica e Social e preparar a Conferência Nacional que será realizada em 28 de janeiro de 2012.

Machado Ventura explicou que é preciso manter o princípio de que o partido não deve assumir outras funções e missões que as estabelecidas em seus estatutos e documentos normativos.

O dirigente enfatizou que esta organização tem o dever de fazer um controle efetivo da atividade econômica em primeiro lugar para alertar, a tempo e com argumentos sólidos, o que possa estar afetando o cumprimento do plano ou qualquer outra tarefa de importância social desde a base até o mais alto nivel.

Igualmente, deteve-se na necessidade de exigir que cada um – seja militante ou não – faça o que realmente lhe cabe.

Nesse sentido, foi preciso ao assinalar que não serão aceitas autocríticas quando estas sejam meras justificativas; tampouco serão admitidos compromissos que passam de um ano a outro e não são cumpridos nem pela administração nem pelo partido.

Por isso, insistiu na urgência de exigir com firmeza que se conheça por que não se fez o necessário, quem são os responsáveis e o que foi concebido para retificar.

Além disso, é preciso verificar quais são os resultados até o momento e em que tempo se resolve a situação, para em seguida exercer o verdadeiro papel de controle necessário.

O segundo secretário informou também sobre a realização das assembleias provinciais do Partido Comunista, os plenos ampliados dos comitês municipais, as reuniões de secretários gerais das organizações de base e o processo que se desenvolve nos núcleos dos diferentes centros de trabalho.

Em todas essas reuniões, disse, foram abordados oportuna e criticamente os diferentes problemas que, tendo em conta as particularidades de cada local, afetam a marcha da economia.

Do mesmo modo nesses encontros concordou-se que é necessário ajustar a atenção dos dirigentes às circunstâncias atuais para incrementar seu vínculo com as massas e com isso eliminar os métodos burocráticos e a falta de criatividade.

Também se criticou a tendência ao reunionismo, a passividade e o conformismo que caracterizam muitos dirigentes e só os conduz a ser simples executores do que é dito pelo organismo superior.

Para corrigir os problemas que hoje são suscitados na base, urge em primeiro lugar mudar a forma de pensar e atuar dos dirigentes, sejam do partido, do Estado ou do governo, disse Machado.

Finalmente, o segundo secretário do PC cubano chamou a atenção para a necessidade de consolidar cada passo e medida que se adote, o que permitirá ser consequente com as decisões tomadas pelo 6º Congresso.

De igual forma, o membro do Birô Político Marino Murilo, chefe da Comissão Permanente de Implementação e Desenvolvimento, apresentou ao pleno um resumo sobre o processo de aplicação dos Lineamentos aprovados no 6º Congresso.

O dirigente apresentou também informações sobre o andamento do aperfeiçoamento funcional e estrutural do governo e da administração central do Estado em suas diversas instâncias.

Nesse sentido, o também vice-presidente do Conselho de Ministros explicou os princípios nos quais estará baseada a projeção quinquenal do trabalho da Comissão e as tarefas atualmente em desenvolvimento.

O mesmo é válido para as decisões econômicas adotadas que não implicam novas normativas jurídicas e as políticas cujas bases estão em estudo e elaboração.

Murillo enfatizou que o trabalho da Comissão não substitui a responsabilidade institucional de nenhum organismo nem entidade, e assegurou que, como princípio, a Comissão escutará todas as opiniões que sejam emitidas sobre um tema com o objetivo de chegar ao consenso.

Raúl Castro foi enfático a esse respeito ao assinalar que qualquer discrepância existente será analisada sem descartá-la de pronto e com isso garantir a livre discussão para que cada qual opine o que pense e deseje.

O pleno do Comitê Central também foi informado pelo membro do Birô Político e ministro da Economia e Planificação, Adel Yzquierdo, sobre a marcha da economia no primeiro semestre, aspecto no qual foram repassados os tópicos expostos na última reunião do Conselho de Ministros.

Acerca da elaboração do Plano, Raúl Castro reiterou a necessidade de preparar os que estão encarregados dessa elaboração, pois, como tem sido demonstrado nos últimos tempos, ainda persistem deficiências que em muitos casos estão provocadas por desconhecimento.

Uma vez mais o primeiro secretário do partido insistiu em que é importante mudar métodos e estilo de trabalho que, ao não estarem de acordo com os momentos atuais, impedem em muitos casos superar erros.

"Não podemos permitir que incompreensões de nenhum tipo obstaculizem a gigantesca tarefa que temos pela frente", afirmou.

Fonte: Prensa Latina