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Força Sindical: Medidas tímidas e insuficientes

A “política industrial” anunciada nesta terça-feira, 2, pelo governo Dilma despertou divergência entre as classes sociais. Os empresários, representantes do chamado capital produtivo, foram consultados, opinaram e se sentem contemplados pelas medidas. Mas não se pode dizer o mesmo dos sindicalistas, que representam a classe trabalhadora. Estes não foram ouvidos, embora convidados para aplaudir o pacote, e temem prejuízos com a desoneração da folha, que pode comprometer a Previdência.

A Força Sindical divulgou nesta terça-feira uma nota assinada pelo seu presidente, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho, com uma avaliação crítica das medidas, classificadas de “tímidas e insuficientes”. A entidade sugere que “faltou ousadia” e os problemas centrais da economia, associadas à política macroeconômica (juros altos e câmbio flutuante) permanecem intocáveis.

Leia a íntegra abaixo:

A direção da Força Sindical considera tímidas e insuficientes as medidas, denominadas Pacote de Incentivos para a Indústria, anunciadas hoje pelo governo federal. Faltou ousadia ao pacote e um diálogo democrático e mais aprofundado com os setores envolvidos nas medidas.

Consideramos que o êxito da política industrial anunciada depende fundamentalmente de medidas no âmbito mais geral da política econômica, como cortes importantes na taxa de juros e, como consequência, a desvalorização do Real frente ao Dólar, fundamentais para aquecer o mercado interno, viabilizar nossas exportações e desestimular a especulação contra nossa moeda.

Os trabalhadores estão preocupados com a Previdência Social e com o aumento do seu déficit devido a perdas de arrecadação. Não podemos permitir que a Previdência fique com o ônus de medidas estabelecidas por insensíveis burocratas da área econômica.

Os trabalhadores também exigem medidas mais enérgicas visando garantir a elevação dos índices de nacionalização da produção industrial brasileira, especialmente no setor automobilístico, para cerca de 70%.

Infelizmente, o governo continua a se curvar aos especuladores ao taxar em ‘migalhas’ o IOF.

Entendemos que a guerra fiscal é prejudicial ao emprego e à produção devido à falta de política forte e unitária para o ICMS. É inadmissível que alguns Estados se utilizem deste perverso mecanismo, que resulta em prejuízos para o setor produtivo. Esta concorrência predatória deve ser desestimulada e combatida com rigor.

Sugerimos que o governo recrie, na mesma linha, as Câmaras Setoriais, com representação tripartite. Ou seja, com assentos de representantes dos trabalhadores, dos empresários e do governo. Isto daria agilidade e eficácia a decisões cada vez mais urgentes e pontuais.

Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical