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SP: Para Kassab, Dia do Orgulho Hétero não incentiva a homofobia

Na opinião do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), a criação do Dia do Orgulho Hétero não incentivaria a homofobia. "É um projeto como outro qualquer", afirma. Em entrevista nesta quinta-feira (4), Kassab disse que sua assessoria ainda está estudando o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, que prevê a data oficial em todos os terceiros domingos de setembro.

Ele afirmou que, em primeira análise, não há motivo para vetar a ideia de autoria do vereador Carlos Apolinário (DEM). "A abordagem inicial é que é um dia como qualquer dia. Tem dia do médico, dia do professor", disse.

"Talvez não se encontre nenhuma ilegalidade e é possível que seja encaminhado para sanção. Em princípio, a Câmara tem todo o direito de estabelecer os dias que ela julgar adequados", afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de vetar o projeto por falta de interesse público, Kassab desconversou. "Por isso que vamos aguardar a ATL [assessoria técnico-legislativa]. Ela avalia justamente essas coisas", disse Kassab.

O prefeito tem 15 dias para sancionar ou vetar o texto. A iniciativa já ganhou até repercussão internacional. Os sites das revistas "Forbes" e "Newsday" deram destaque ao "Straight Pride Day".

A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) pediu veto ao projeto. O assunto chegou a ser um dos mais comentados do Twitter em todo o mundo. Um abaixo-assinado criado na internet por uma militante gay da Baixada Santista tinha, até esta quinta à noite, cerca de 2,5 mil apoiadores.

Para Kassab, "todas as manifestações são muito bem-vindas". "A gestão, qualquer que seja ela, tem de ser a gestão do diálogo. A cidade é de 11 milhões de pessoas", disse.

O projeto de autoria de Apolinário, membro da igreja Assembleia de Deus, é uma reação à Parada Gay. O vereador do DEM critica o fato de a Parada poder ser realizada na avenida Paulista e a Marcha Para Jesus, não.

Apesar de, teoricamente, o projeto não ter a intenção de incentivar o preconceito, Apolinário declara ainda que sua ideia é "resguardar a moral e os bons costumes" – demosntração clara de discriminação.

O projeto de lei de Apolinário foi aprovado na terça com a presença de 50 vereadores e manifestação contrária de 19. Cinco parlamentares não registraram presença.

Fonte: Folha.com

Fonte: Folha.com