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Dilma diz que mantém confiança no ministro da Agricultura

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) que mantém a confiança no ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Dilma disse que o ministro não está em questão e que ele já tomou as medidas necessárias para enfrentar as denúncias publicadas pela imprensa envolvendo a pasta.

“O governo não tem nenhuma razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi. Não é ele que está em questão. Ele já tomou as medidas [para verificar e sanar irregularidades], então, estamos, sem sombra de dúvidas, reiterando a confiança no Wagner Rossi”, declarou ela após se reunir com o primeiro ministro do Canadá, Stephen Harper, no Palácio do Planalto.

As especulações surgiram em razão das novas denúncias publicadas pela revista Veja desta semana publicou sobre a existência de relações suspeitas entre funcionários do alto escalão do ministério da Agricultura e lobistas, sobre as quais o ministro Wagner Rossi e o secretário executivo da pasta, Milton Ortolan, teriam conhecimento. No sábado (6), o ministro divulgou nota repudiando as informações da revista e, no mesmo dia, Ortolan pediu demissão do cargo.

A revista Veja cita Júlio Fróes como o lobista responsável por intermediar negócios e cuidar de processos de licitação, redação de editais e escolha de empresas prestadoras de serviços. Na semana anterior, a revista já havia publicado denúncias envolvendo a Compabhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao Ministério da Agricultura.

Jogo da oposição

Depois do pedido de demissão do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, no sábado (6), os partidos de oposição querem agora que o Palácio do Planalto lide com a situação da mesma maneira que tratou as denúncias relacionadas ao Ministério dos Transportes, em julho.

A oposição tenta fazer com que a presidente Dilma Rousseff não poupe cortes e demissões à pasta, dirigida por Wagner Rossi, do PMDB, partido do vice-presidente, Michel Temer. No mês passado, quando uma série de denúncias atingiu os Transportes, nas mãos do PR, doze pessoas foram demitidas, o que levou à paralisação de todos os trabalhos.

Os deputados oposicionistas tentam fazer agora com que o episódio na Agricultura represente mais um motivo para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue casos de corrupção nos diferentes ministérios e esferas do governo.

Em nota de demissão, divulgada no sábado, Ortolan afirmou se sentir injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem. "Informo que apresentei ao ministro (Rossi), nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura", comunicou.

O Ministério da Agricultura tem sido alvo de denúncias de irregularidades e de "inchar" a pasta com funcionários apadrinhados, o que já motivou a ida do ministro Rossi à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. Na próxima quarta-feira (10), Rossi deve comparecer a uma audiência, agora no Senado, pelo mesmo motivo.

Rossi

Por sua vez, o ministro Wagner Rossi (Agricultura) afirmou nesta segunda-feira (8) que, apesar de "não ser homem de teorias conspiratórias", as denúncias contra sua pasta podem ser fruto de disputas entre grupos rivais dentro do ministério e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

"Quem conhece a administração pública sabe que às vezes você muda a equipe, e a equipe anterior e a equipe atual se hostilizam, por baixo do pano. Isso acontece", disse o ministro, durante entrevista coletiva no ministério, na tarde desta segunda-feira.

O ministro também afirmou que o fato de as diretorias da Conab serem ocupadas por integrantes filiados ou indicados por diferentes partidos (PMDB, PTB e PT) é um foco de problemas.

"Na Conab tem diretores de vários partidos. Isso tem criado problemas, eu não vou negar", afirmou Wagner Rossi.

Rossi, indicado pelo vice-presidente Michel Temer, está no cargo desde abril de 2010. Antes, ele presidia desde 2007 a Conab.

Durante os 50 minutos de entrevista, Rossi adotou a estratégia de desvincular dele próprio as supostas irregularidades apontadas na pasta e pediu à imprensa que, se souber de irregularidades, que avise o ministério para que providências sejam tomadas.

Os problemas, segundo ele, são derivados de ações de subordinados seus, mas sobre as quais ele não tem controle direto. "Eu não tenho como controlar tudo", afirmou mais de uma vez o ministro.

Com agências

Atualizada às 17h23 para acréscimo de informações