Inácio Arruda: Política industrial – o Plano Brasil Maior
A presidente Dilma lançou, dia 2, o Plano Brasil Maior, objetivando que o mercado interno continue sustentando o crescimento econômico. O Plano terá reflexos positivos no Ceará. Empresas cearenses enfrentam sérias dificuldades por causa da guerra cambial e concorrência predatória externa.
Por Inácio Arruda*
Publicado 08/08/2011 10:01 | Editado 04/03/2020 16:31
Linhas de produção que empregam muito, como a de calçado, têxtil e confecção, móveis e frutas (in natura e processadas – só a indústria da castanha gera mais de 20 mil empregos), dentre outros, terão maior apoio. Também os fabricantes de máquinas, equipamentos, instrumentos e dispositivos baseados em tecnologia digital, voltados para o programa de inclusão digital, terão isenção de imposto de renda e do adicional na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Ao lançar o Brasil Maior, Dilma usou uma expressão do grande economista Celso Furtado, dizendo que “somos senhores do nosso próprio destino”. O Plano reintegra imposto pago às exportadoras, incentiva investimentos, dificulta importações e garante preferência para fornecedor nacional em compras públicas. Tem um forte componente tecnológico. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu crédito de R$ 2 bilhões à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para investimento em pesquisas.
Vamos discutir o Plano no Congresso, ouvindo trabalhadores, empresários e governo. Atuaremos para evitar que os direitos sociais dos trabalhadores sejam afetados. Buscaremos ampliar os setores industriais beneficiados, incluindo redução da carga tributária também nas áreas de química verde, biotecnologia e inovação, pois somos muito comprimidos pela exportação forte do setor.
A defesa dos interesses nacionais requer a ousadia de mexermos nas pilastras centrais da política macroeconômica brasileira, mantida no tripé de juros mega-abusivos, câmbio flutuante e superávits primários que impedem uma ação mais ampla do governo no sentido de construir um projeto voltado efetivamente para o desenvolvimento.
*Inácio Arruda é Senador (PCdoB-CE)
Fonte: O Povo