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Primárias na Argentina testam candidatos para urnas em outubro

As primárias abertas, simultâneas e obrigatórias que pela primeira vez serão realizadas na Argentina neste domingo representam, segundo os analistas, um ensaio geral das eleições de outubro, com consequências importantes na corrida presidencial.

Resultado de uma reforma política promovida pelo governo de Cristina Fernández de Kirchner em 2009, as primárias foram concebidas para que o eleitorado decidisse quais candidatos poderiam concorrer, algo que sempre foi resolvido pelos partidos políticos a portas fechadas, por indicação ou por votações internas.

Mas os partidos políticos se anteciparam a definir seus candidatos por considerar que se esperassem até agosto, dois meses antes das presidenciais, como manda a reforma, poderia dar vantagem à aliança peronista Frente para la Victoria, liderada por Cristina, que busca a reeleição.

Portanto, às coalizões resta cumprir o requisito de reunir pelo menos 1,5% dos votos (cerca de 400 mil) para validar seus candidatos.

Os analistas concordam que o resultado das primárias de domingo será uma pista para as eleições presidenciais de 23 de outubro, quando também será renovado o Parlamento e ocorrerão eleições locais em quatro províncias, entre elas Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país.

A expectativa está centrada em confirmar pesquisas que indicam que Cristina é a favorita com 40% das intenções de voto, uma porcentagem que daria confiança na vitória à atual governante argentina.

Entre outros dados fundamentais, as primárias revelarão também quem será o principal candidato opositor nas presidenciais.

Neste sentido, as pesquisas apontam em segundo lugar Ricardo Alfonsín, da social-democrata Unión Cívica Radical e filho do ex-presidente Raúl Alfonsín, com um 20% das intenções, seguido pela diferença de cerca de seis pontos percentuais pelo ex-presidente Eduardo Duhalde, líder de um setor do peronismo dissidente.

"Embora estas primárias não funcionem efetivamente como um sistema de seleção dos candidatos, serão uma espécie de primeiro turno, com efeitos importantes, sobretudo em termos de aglutinar a representação política em torno dos partidos maiores", disse à Agência Efe Hernán Charosky, diretor da ONG Poder Cidadão.

As primárias constituirão uma chave para poder disputar as eleições de outubro porque ficarão de fora da corrida aqueles candidatos que não alcançarem o nível de votos mínimo disposto pela reforma eleitoral. Nesse caso, os partidos que não conseguirem emplacar seus nomes deverão procurar as alianças mais fortes.

"O resultado destas primárias vai causar impactos na formação de coalizões de fato para as eleições gerais", explicou Charosky.

Fonte: Efe