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Nepal entra em crise política com demissão do primeiro-ministro

O Nepal se encontra mergulhado em uma crise política de imprevisível desenlace depois da renúncia do primeiro-ministro Jhalanath Khanal na noite do domingo (14).

"As importantes tarefas de completar o processo de paz e redigir uma nova Constituição não progrediram como se desejava", assinalou em um comunicado o gabinete de Khanal ao fundamentar sua demissão, que se efetivou perante o presidente Rambaran Yadav.

"O primeiro-ministro renunciou com o objetivo de abrir o caminho para a formação de um governo de consenso nacional e de viabilizar o processo de paz e de redação da Constituição", explicou o documento.

Eleito para o cargo pelo Parlamento em fevereiro último, Khanal vinha resistindo a fortes pressões para que renunciasse, em especial por parte do Partido do Congresso, sob a acusação de descumprir suas promessas de promover o processo de paz que acabou com anos de combates na pequena nação do Himalaia.

Uma das tarefas que não conseguiu realizar foi a integração ao Exército de milhares de guerrilheiros maoístas que em 2006 abandonar as armas para incursionar na política e ainda vivem em acampamentos sem saber qual será seu futuro.

Por outro lado, sua administração foi incapaz de dar curso à redação de uma nova Constituição apesar de vários adiamentos da data limite.

Quase desde o mesmo dia de sua posse Khanal esteve acossado não só pela oposição, mas também por seu principal aliado no governo – o Partido Comunista do Nepal (Maoísta) – e inclusive pela própria organização que representa, o Partido Comunista do Nepal (Unificado Marxista-Leninista).

Realocação dos guerrilheiros maoístas à parte, as fricções entre as forças integrantes da até agora coalizão governante se deviam à distribuição de alguns postos ministeriais.

Em meio à confusão gerada pelo atual vazio de poder, a grande dúvida é sobre que força política se encarregará de formar o novo governo, pois nenhum partido tem no Parlamento a maioria requerida para decidir por si só, e as probabilidades de conseguir este feito mediante consenso parecem bastante remotas.

O Nepal está imerso em uma crise política desde 2009, quando o primeiro-ministro maoísta Pushpa Kamal Dahal (Prachanda) se demitiu diante da decisão do presidente Yadav de revogar a destituição do chefe do Estado Maior do Exército.

Prensa Latina