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50ª Caravana da Anistia: Manuela defende Comissão da Verdade

No ano em que a Comissão da Anistia comemora 10 anos e no dia em o Rio Grande do Sul celebra os 50 anos da Campanha da Legalidade, Porto Alegre sediou, nesta sexta-feira (26), a abertura da 50ª Caravana da Anistia. A deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presente ao evento, disse que a criação da Comissão de Verdade é medida urgente que converge com as ações da Comissão de Direitos Humanos, da Comissão da Anistia e com a história do Brasil.

O presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão, lembrou que “não por acaso estamos em Porto Alegre, com a Caravana, para anistiar mais gaúchos que deram suas vidas a uma causa de todos nós. Estamos aqui para celebrarmos duas ações fundamentais para a história do nosso país, para a história da nossa democracia”, disse.

Abrão elogiou a atuação de Manuela na Comissão de Direitos Humanos, destacando que “a Manuela é a síntese dos ideais daqueles que enfrentaram tudo o que a ditadura representou. Tenho certeza de que muitos dos que deram suas vidas naquela época pelo que vivemos hoje estariam orgulhosos de ver o papel que ela vem desempenhando não apenas à frente da CDH, mas em todas as transformações pelas quais o Brasil está vivendo”.

Manuela defendeu a aprovação da Comissão da Verdade, afirmando que “os jovens têm o direito de conhecer sua história. Aqueles que foram torturados, tratados de forma desumana e que abriram mão de suas vidas em nome de um ideal coletivo merecem justiça”, defendeu.

Durante o encontro, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que é gaúcha como Manuela, também defendeu a implantação da Comissão da Verdade. “Esse é um compromisso da presidenta Dilma e é a sequência de uma série de ações que vivemos há anos. Precisamos fazer com o Estado reconheça seus erros e que, acima de tudo, repare-os”, afirmou.

Ao final, Manuela, Abrão e Maria do Rosário entregam ao filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, a anistia política ao seu pai. “Poder entregar a anistia a um dos grandes expoentes da nossa história é um marco. Mas como Jango, milhares de brasileiros anônimos doaram suas vidas na luta pela democracia, contra a tortura, contra a opressão. Nossa história é, portanto, escrita por Jango e Brizola, mas especialmente por anônimos, que sustentam a coletividade que dão força às lutas”, destacou Manuela.

A Ditadura Militar no Brasil foi vivida entre os anos de 1964 e 1985. Neste período, milhares de pessoas sofreram com a repressão, com o estado de exceção, com a tortura e tantas outras práticas desumanas. Nesta sexta-feira, 35 gaúchos tiveram seus pedidos de anistia política analisados. Ainda existem milhares em todo o país esperando por esta ação do Estado.

Fonte: www.manuela.org.br