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ANP vai à Câmara rebater novamente as acusações da mídia

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle ouvirá nesta quarta-feira (31) o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, sobre denúncias de irregularidades divulgadas pela imprensa. A ANP vai repetir o que já foi dito em nota oficial, repelindo as acusações feitas pela revista Época em reportagem de capa da edição do último dia 23 de julho. “A revista veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos”, diz a ANP.

O debate foi proposto pelo deputado tucano Vanderlei Macris (SP), conforme a estratégia da oposição de repercutir todas as matérias que saem na imprensa fazendo acusações a setores do governo. O deputado cita inclusive a reportagem publicada pela revista Época no pedido de audiência.

Segundo nota publicada pela ANP na ocasião, a revista Época “generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência”.

E esclarece sobre a acusação de aparelhamento político: “a revista Época ignora que o quadro permanente de servidores da ANP só foi constituído na atual administração, por meio de dois concursos públicos que permitiram a contratação de mais de 650 servidores concursados. São profissionais capacitados, que servem à sociedade com dedicação e correção, não sendo merecedores do tratamento ofensivo que lhes foi dispensado pela revista”.

“Ao contrário do que afirma a revista, a ANP não se exime de fiscalizar ou tolera irregularidades no mercado de combustíveis. A prova maior disso é a qualidade dos combustíveis brasileiros, que estão de acordo com os melhores padrões mundiais. Qualidade resultante do rígido controle exercido pela ANP, o qual envolve operações regulares de fiscalização realizadas em coordenação com o Ministério Público, órgãos estaduais e municipais”, diz ainda a nota.

A reportagem também não informa que, tendo tomado conhecimento em 2009 da gravação referida na matéria, um funcionário da Assessoria de Inteligência da própria ANP acompanhou a advogada Vanuza Sampaio ao Ministério Público para a apresentação da denúncia, ficando claro que a ANP estaria, como permanece até agora, à disposição para os esclarecimentos necessários.

As informações, que a reportagem ignorou, tinham sido fornecidas pela ANP à Época em abril de 2009.

Haroldo Lima deve repetir, na audiência pública, o que a ANP já tinha informado à revista Época, que não foi divulgado na matéria, e na nota publicada após a edição da revista.

O ex-superintendente de Abastecimento da ANP, Edson Silva, citado na matéria como autor do pedido de propina, interpelou judicialmente, em 2009, a advogada Vanuza Sampaio, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, através do advogado Valmir Batista, ex-presidente da seccional da OAB no Rio Grande do Sul, para que confirmasse em juízo as acusações só agora veiculadas pela revista. Em sua resposta, a advogada negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade por ele praticada.

Edson Silva afirma que jamais autorizou quem quer que seja a falar em seu nome ou fazer tratativas do tipo que a revista lhe atribui e nega que tenha havido qualquer encontro em um "café nas cercanias da sede da ANP, no centro do Rio", como consta na reportagem.

A ANP também repudia e protesta contra as insinuações feitas por Época contra o ex-diretor Victor Martins. As insinuações se apoiam em denúncias levantadas há anos e que foram consideradas falsas, depois de ampla investigação por uma CPI do Senado Federal.

De Brasília
Márcia Xavier