Câmara instala CPI e Prefeito deve mudar secretariado

Enquanto o prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT) se prepara para anunciar os nomes do novo Chefe de Gabinete e do Coordenador de Comunicação, a Câmara Municipal aprovou, na sessão de segunda (29/08) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as várias denúncias feitas pelo Gaeco do Ministério Público (MP) contra membros do alto escalão do governo ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT).

A Chefia de Gabinete ficará sob a responsabilidade do advogado Nilson Lucílio. O jornalista Otávio Augusto Antunes assume a coordenação da Comunicação municipal. As duas secretarias estiveram no epicentro das denúncias. A Chefia de Gabinete foi comandada por Rosely Nassim, esposa de Hélio, e acusada de ser a principal responsável pelo suposto esquema de corrupção. A comunicação era chefiada Francisco de Lagos, homem de confiança do ex-prefeito, também denunciado pelo MP e não localizado desde então. Assim que a crise explodiu, Hélio afastou os dois. Até ontem, a jornalista Luciana Paulo comandava a comunicação municipal e Orlando Marotta, funcionário público, a Chefia de Gabinete.

Dois outros secretários também devem ser anunciados pelo prefeito em breve, já que Paulo Sérgio Garcia de Oliveira – do Meio Ambiente – e Renata Sunega – da Cultura – deixaram o governo entre a cassação de Hélio e a posse de Vilagra. Muitos nomes são apontados para os cargos, dentre eles Gabriel Rapassi, dirigente do PCdoB de Campinas e militante da área cultural.

A CPI da Corrupção, como está sendo chamada, instalada na Câmara Municipal, foi proposta pelo vereador Artur Orsi (PSDB). Orsi é o autor do requerimento que instalou a Comissão Processante cujo resultado foi a cassação de Hélio.

Aparentemente, a CPI se propõe a um trabalho hercúleo. Ela quer investigar, em 90 dias, “os eventuais agentes públicos responsáveis pelas fraudes em licitações, irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários e instalação de antenas de telefonia, bem como a obtenção de vantagens e evolução patrimonial indevidas, por parte dos mesmos agentes”. Basta lembrar que com os mesmos objetivos a Comissão Processante investigou unicamente o ex-prefeito e seu relatório final foi claro ao afirmar que o prazo foi insuficiente para produção de provas além daquelas já produzidas pelo MP.

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior