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SP: 2 pessoas são presas por manter 17 em condições de escravidão

Duas pessoas foram presas em flagrante na tarde desta segunda-feira (12) por manter 17 bolivianos em condições de trabalho escravo ou degradante em três oficinas de costura num prédio da região do Bom Retiro, zona central de São Paulo.

Policiais da 3ª Delegacia de Investigações de Trabalho localizaram as oficinas, onde foram encontrados 17 bolivianos trabalhando de forma irregular.

De acordo com o delegado Archimedes Veras Junior, "o local apresentava condições precárias para o trabalho". “Eles estavam trabalhando como escravos”, afirmou.

Ainda segundo a polícia, os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho, que duravam entre 12 e 14 horas diárias, incluindo nos fins de semana. As vítimas também eram obrigadas a permanecer nas oficinas, onde dormiam em cômodos com paredes cheias de mofo e com fios de eletricidade expostos.

O delegado informou que do salário dos bolivianos, que variava de R$ 600 a R$ 900, dependendo da produção, eram descontados o valor da moradia e da alimentação. Para o policial, as vítimas sofriam ainda mais por não estarem em situação legal no país. “A maioria é composta de pessoas em situação clandestina, sem carteira de trabalho e nenhum amparo do seguro social.”

Defesa

Os empresários podem pegar de dois a oito anos de prisão. Para a defesa de um dos detidos, os trabalhadores não estavam em situação análoga à escravidão. “Eles podiam entrar e sair do prédio quando quisessem. Trabalhavam de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas e recebiam de R$ 800 a R$ 1 mil”, disse o advogado Mário Gagliardi Teodoro.

Ele afirmou, porém, que as instalações onde os trabalhadores eram mantidos não eram as melhores. “Meu cliente estava providenciando a reforma. Ele antes precisava acertar o aluguel e o salário dos funcionários.” O defensor acrescentou que a maior parte dos trabalhadores estava perto de normalizar a situação no país.

O crime de manter trabalhadores em condições de escravidão ou degradantes é inafiançável. No local, os policiais encontraram etiquetas que seriam colocadas nas roupas fabricadas, mas a marca ainda não foi revelada.

Informações G1R7