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Flavio Dino: A mil dias de um novo patamar

A responsabilidade de organizar uma Copa na América do Sul, 36 anos depois do mundial da Argentina, ganhou um peso especial na última sexta-feira (16): completamos 1.000 dias de antecedência à cerimônia de abertura – data a partir da qual o Brasil terá a maior exposição midiática da nossa história, já que nos 30 dias do evento serão veiculadas dezenas de bilhões de notícias sobre a nossa Nação, em todos os recantos do planeta.

Por Flávio Dino*

Em um dia como esse, é desejável que se avalie o trabalho feito até aqui e, principalmente, se reforcem os compromissos para que o país chegue em 13 de junho de 2014 como o melhor anfitrião dessa festa de todos os povos.

À Embratur, que trabalha na promoção da imagem do Brasil no exterior, cabe responder a pergunta: a 1.000 dias da Copa, o que estamos fazendo e o que faremos para tornar a nossa imagem mais conhecida e desejada pelos turistas internacionais ?

O trabalho realizado desde o redesenho da política do turismo, em 2003, conseguiu elevar em 25% o número de turistas estrangeiros e em 139% a entrada de divisas oriundas da atividade. Já podemos nos antecipar e afirmar que em 2011 teremos o melhor resultado da série histórica. Contudo, em face do fantástico crescimento das viagens de brasileiros ao exterior, fruto da vitoriosa política de estabilidade econômica e distribuição de renda, ainda teremos déficit no segmento, o que conduz à meta de obtermos, com os megaventos, um salto no ingresso de turistas que reverta esse quadro, de modo sustentável.

Assim, nosso objetivo em 2014 é a entrada de 7,2 milhões de turistas estrangeiros – dos quais 600 mil virão exclusivamente para acompanhar os jogos. Para chegar lá, o planejamento da Embratur prevê 4 fases, que vão da organização de novos conteúdos e estruturação de roteiros, tarefas em curso, até a competente execução de uma das especialidades nacionais: acolher os nossos visitantes com cordialidade e entusiasmo.

No momento estamos trabalhando na atualização de conteúdo especializado sobre os destinos e produtos turísticos, que servirão de base para a definição dos roteiros. A partir das 12 cidades-sede, os roteiros terão o desafio de abranger todo o país, incentivando a que o turista também visite estados que não sediarão jogos, ajudando a descentralizar os benefícios do evento para todo o território nacional. Esta descentralização é especialmente importante no caso do Maranhão, já que nós, infelizmente, não vamos sediar nenhum jogo. Mas receberemos parte dos turistas que virão para a Copa do Mundo, com a política da Embratur de difundir os destinos associados às 12 cidades-sede. Além disso, ainda é tempo de pleitear que o Maranhão receba seleções em fase de treinamento para a Copa.

No próximo ano, o esforço principal da Embratur será na atração, fortalecendo a presença da marca Brasil, vinculando-a ainda mais à Copa, às Olimpíadas e às Paraolimpíadas. Faremos isso em todas as cerca de 50 Feiras Internacionais das quais participaremos no ano vindouro.

Em Londres, durante os Jogos Olímpicos, será montada a “Casa Brasil”, um espaço de promoção dos produtos e destinos brasileiros para formadores de opinião, jornalistas e para os turistas do mundo inteiro que ali estarão. Em 2013, quando o Brasil sediará a Copa das Confederações, teremos a terceira fase, com foco maior na ativação da demanda turística.

Todas as ações serão intensificadas, uma vez que os holofotes estarão fortemente voltados para o Brasil e a infraestrutura já estará em conclusão. Nesse momento, nosso objetivo será mostrar um país pronto para receber a Copa e os torcedores, com eficiência e alegria. Por fim, no ano da Copa, teremos ações de boas-vindas aos visitantes estrangeiros.
Durante todo esse período, a Embratur, em parceria com os Estados e Municípios, realizará nos mercados emissores vasta distribuição de material promocional, campanhas publicitárias, ações digitais interativas e atendimento à imprensa internacional para divulgação dos destinos turísticos.

Não temos dúvida de que, daqui a mil e trinta dias, no dia da final da Copa, além do esperado sucesso da nossa seleção, teremos um grande legado para as próximas gerações: a imagem do Brasil estará consolidada como uma Nação que está pronta para ser uma das cinco maiores economias do planeta.

* é presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal.