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Costa do Marfim proibe circulação dos jornais de oposição

Depois de perseguições a jornalistas, com a destruição, ocupação e vigilância das sedes de jornais da oposição, o novo poder marfinense resolveu fechá-los. Eugène Dié Kacou, presidente do CNP (órgão regulador da imprensa escrita em Costa de Marfim), suspendeu três publicações e garante que continuará com as punições se houver matérias de confronto com o atual presidente.

A liberdade de imprensa está em crise na Costa do Marfim desde que o presidente Laurent Gbagbo foi capturado pelas forças francesas no dia 11 de abril e a mídia passou a viver conflitos típicos de um regime militar. 

Nesta sexta (23), a mando do atual presidente Alassane Dramane Ouattara, o dirigente do CNP puniu três jornais (dois diários e um semanário) de oposição favoráveis ao Laurewnt Gbagbo

O jornal “Notre Voie" foi suspenso por três dias por ter publicado reportagemsobre o massacre de populações civis no oeste do país. Só poderá voltar às bancas no dia 28 de setembro.

O jornal “Le Quotidien", por sua vez, levou uma suspensão de 30 dias e só voltara ao mercado no dia 24 de Outubro.

O semanário “Prestige Mag”,  especializado em notícia do mundo cultural e integrante do Grupo Cyclone, ao qual pertence também o jornal “Le Temps” foi suspenso por mais um mês, depois de já estar uma semana fora de circulação, e só voltara para as bancas na terça-feira dia 25 de Outubro.

O CNP está disposto a destruir a imprensa da oposição cujas publicações incomodam inelutavelmente o poder, e evidenciam, a todos os pontos de vista, a realidade da situação, para além dos discursos do poder de Ouattara.

Já na quarta-feira passada, dia 21, em um comunicado oficial, o CNP mostrou “as garras” contra a imprensa da oposição afirmando de agora em diante agiria “sem piedade” com relação às suas publicações, tendo como motivo o fato de a imprensa da oposição duvidar da “legitimidade” de Ouattara.

Fonte: Por Roberto Badoo, África 21