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Conselho de Ética vai apurar denúncias de emendas em SP

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo abrirá uma comissão para discutir as denúncias de supostas venda de emendas parlamentares, feitas pelos deputados Roque Barbiere (PTB) e Bruno Covas (PSDB), licenciado, atual secretário de Meio Ambiente. Amanhã (29), o conselho se reúne para discutir o caso. O líder do PCdoB na Casa, Pedro Bigardi, confirmou que os parlamentares devem ser convocados a darem explicações. Mas, ressaltou que é preciso cautela.

“A acusação do deputado [Roque Barbiere] é grave, mas é completamente genérica e inconsistente. Primeiro, ele terá que apontar quem são os 25 ou 30 parlamentares envolvidos no esquema de compra de emendas”, afirmou Bigardi.

Ele lembrou que não basta a indicação do deputado, existe um longo caminho a ser percorrido até que a emenda parlamentar seja aprovada. “Primeiro o deputado faz a indicação da emenda, de uma entidade ou cidade. Depois, vai para a Casa Civil do governo, que analisa se cabe ou não. Daí, vai para análise na secretaria correspondente ao assunto, onde toda a documentação referente à emenda é avaliada. No caso de municípios, ainda ocorre um processo licitatório”, explicou deputado estadual.

A decisão de levar o fato para o Conselho de Ética foi tomada na segunda-feira (26), numa reunião do colégio de líderes, na qual Birgardi participou. O encaminhamento segue o regimento da Casa. O deputado Carlos Giannazzi (Psol) já havia solicitado apuração dos fatos ao conselho.

Já o deputado Adriano Diogo (PT), acredita que é preciso a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos e esclarecer. “É uma pouca vergonha isso. Como pode um secretário saber de um fato tão grave como esse e não pedir esclarecimentos na ocasião, quando soube”, questionou o parlamentar petista. O PT está colhendo assinaturas desde ontem (27) para a instauração da CPI.
Entenda o caso
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", há cerca de um mês, Bruno Covas mencionou oferta de propina que lhe fizeram pela liberação de uma emenda. O secretário falava sobre corrupção na máquina pública quando abordou a questão. Indagado sobre os mecanismos que poderiam coibir desvios, disse que dar "exemplo" era a melhor coisa. Antes disso, o deputado Roque Barbiere já havia feito declarações sobre o assunto. O deputado Major Olímpio (PDT) também mencionou o mesmo esquema.

Deborah Moreira, da redação do Vermelho