Fetag Bahia promove Seminário Regional sobre o Bioma Caatinga

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) na Bahia promove nesta quinta e sexta-feira (29 e 30/9) o Seminário Regional sobre o Bioma Caatinga: Desafios e Perspectivas, na Câmara Municipal de Vereadores da cidade de Sobradinho, no norte da Bahia. Um dos grandes desafios do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e entidades parceiras é a discussão e formulação de um Plano de Ações Estratégicas para o Bioma Caatinga e a convivência com o Semi-Árido.

Essa atividade promovida pela Fetag Bahia, através da Secretaria de Meio Ambiente, e a Contag, com apoio dos STR´s e participação de entidades parceiras, inseridas no contexto do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, e seu entorno, será importante para discussão de temas relevantes como a convivência com o semi-árido, áreas de fundo de pasto, unidades de conservação da natureza integral e de uso sustentável, energias renováveis, Gestão Ambiental Compartilhada, Educação Ambiental e a Sustentabilidade da Agricultura Familiar.

O Bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo domínio de climas semi-áridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83% do território nacional; ocupa os estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Minas Gerais.

O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca; sua ocupação vem desde os tempos do Brasil Colônia com o Regime de Sesmarias e Sistema de Capitanias Hereditárias, por meio de doações de terras, criando-se condições para a concentração fundiária. De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas.

Os ecossistemas do Bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram antropizados.

A região do Futuro Parque Nacional do Boqueirão da Onça é um mosaico de unidades de conservação, que é habitada por pequenos criadores, agricultores familiares, garimpeiros, vaqueiros e boiadeiros. O estudo provisório do desenho desse mosaico, realizado pelo Instituto Chico Mendes, por força da luta da Fetag Bahia, da Contag, e outros movimentos sociais, excluem as áreas das comunidades de fundo de pasto (área de propriedade coletiva outorgada à associação, com seus direitos garantidos na Constituição do Estado da Bahia).

As perspectivas de programas que fortaleçam a agricultura familiar e comunidades tradicionais que protegem e vivem do extrativismo no Bioma Caatinga deve também pautar as discussões. As perspectivas da instalação de projetos de energia renovável, e principalmente de projetos de energia eólica, é uma temática atual. Um parque de energia eólica suporta em média 150 torres; e os impactos ambientais positivos e negativos, sobretudo, para a agricultura familiar e comunidades tradicionais devem ser conhecidos e discutidos pelo conjunto da sociedade onde os empreendimentos são instalados.

Fonte: Ascom da Fetag Bahia.