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PSD esnoba governo e recusa convite para reunião da base

Com o argumento de independência em relação ao governo, o recém criado PSD do prefeito paulistano Gilberto Kassab recusou convite para participar da reunião dos líderes da base governista na Câmara, prevista para a próxima semana. A informação foi confirmada pelo futuro líder da sigla na Casa, o deputado Guilherme Campos (SP).

Segundo ele, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), lhe fez o convite para participar da reunião na próxima terça-feira. "Agradeci a consideração do líder, o respeito e o carinho de fazer o convite, mas se nós estivermos presentes ao encontro, uma semana após o registro do partido, tudo aquilo que defendemos de independência ficaria sem sentido", disse.

O PSD, fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, teve seu registro aprovado na última terça-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornando-se o 28º partido no Brasil. A legenda, segundo seu líder na Câmara, deverá iniciar sua atuação com uma bancada de cerca de 50 deputados, ocupando a terceira posição na Casa. No Senado, o partido tem dois senadores.

Campos, que foi eleito pelo direitista DEM, disse ainda que o quadro inicial do partido deverá ser formado por 19 deputados eleitos pelo Democratas, oito do PP, quatro do PR, quatro do PMN, três do PPS, três do PMDB, dois do PTB, dois do PSC, um do PSDB, um do PV e um do PCdoB. O deputado do PCdoB que aderiu ao PSD, Edson Pimenta, eleito pela Bahia, revelou-se um renegado. Traiu os princípios do partido comunista , rompeu os compromissos de classe, abandonou a base de trabalhadores rurais que o elegeu.

O líder do PP, deputado Agnaldo Ribeiro (PB), no entanto, não confirma a saída de oito deputados para o novo partido. Ele declarou que está trabalhando para a manutenção de todos os parlamentares nos quadros, mas admite que a sigla poderá perder de dois a três deputados para o PSD.

Os parlamentares que estão migrando para o partido de Kassab e que quiserem disputar as eleições municipais do ano que vem têm até os primeiros dias de outubro para pedirem a desfiliação das legendas pelas quais se elegeram e ingressarem na nova agremiação partidária.

Na quinta-feira, Vaccarezza disse que vai convidar o PSD formalmente para fazer parte da base de apoio ao governo. "Minha expectativa é que eles façam parte da base de apoio ao governo, porque a maioria dos deputados votou conosco nas questões propostas pelo governo até o momento."

O líder máximo do PSD, Gilberto Kassab, originário da direita malufista, depois do antigo PFL, tem declarado que o novo partido é de centro e acena com o apoio ao governo Dilma. Sobre as próximas eleições presidenciais, disse que pode apoiar Dilma, "se ela fizer um bom governo" . Quer manter um pé em cada canoa, em face das ligações com Serra e outros setores da oposição conservadora. O PSD ocupará o espaço da centro-direita, já congestionado.

Da redação, com agências