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Polícia de NY reprime novo protesto anti-Wall Street

A polícia de Nova York reprimiu, com atos de violência, uma nova manifestação pacífica promovida, nesta quarta-feira (5), pelo movimento Ocupa Wall Street. Os oficiais usaram cassetetes e spray de pimenta em barricada próxima à entrada do centro financeiro dos Estados Unidos, local em que os protestos estão concentrados.

Ao menos 28 pessoas foram presas, incluindo um acusado de agressão depois de um policial ser derrubado, segundo o porta-voz da polícia Paul Browne.

Os manifestantes haviam se reunido na intersecção da rua Broadway com a Wall Street, quando os confrontos começaram, deixando diversos feridos, entre eles dois jornalistas. De acordo com a polícia, o embate teve início quando a multidão tentou romper a barreira feita pelos oficiais para conter o protesto.

Os manifestantes protestam contra os excessos do sistema financeiro norte-americano / Foto: Efe

Esta quinta-feira (06) marca o 20º dia de manifestações em Wall Street contra a desigualdade de renda, ganância corporativa e outras questões sociais. O grupo que participou do protesto nesta quarta disse que foi um dos maiores desde que as manifestações tiveram início. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro.

Sindicatos

Quinze sindicatos de trabalhadores de Nova York se uniram ao movimento, que começou em 17 de setembro e protesta contra as injustiças do sistema financeiro norte-americano. A presença de um amplo leque de entidades transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro.

Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Bob Masters, diretor político do distrito noroeste do sindicato de telefonistas CWA, declarou: "Ocupa Wall Street lançou um novo movimento e juntos ganharemos".

Enquanto milhares continuavam chegando à Praça Foley, no meio dos tribunais de Nova York, onde ocorreu a marcha, Masters fez um chamado pela solidariedade ao movimento. “Todos juntos estamos dizendo: já basta!”.

Uma multiplicidade de expressões mostrava o mosaico de cartazes feitos a mão. “Comam os ricos”, “Se o governo não pode deter Wall Street, nós o faremos”, “Quando os ricos roubam dos pobres isso se chama negócio; quando os pobres se defendem se chama violência”, “Protejam as escolas, não aos milionários”.

Na terça-feira um grupo de pessoas detidas no final de semana passado no local processou as autoridades de Nova York pelo que consideraram uma "armadilha" da polícia para reprimir o direito constitucional da livre expressão.

O processo foi apresentado em nome dos cerca de 700 manifestantes presos no sábado passado (1) na ponte do Brooklyn. Eles afirmam que a polícia deixou de forma deliberada o grupo chegar até a ponte e depois o impediu de abandonar o local e efetuou a detenção ilegal de centenas de pessoas.

Os protestos ganharam força nos últimos dias e já se espalharam por diversos estados, como Massachusetts, Connecticut, Califórnia, Flórida e Pensilvânia.

Veja abaixo imagens da manifestação nesta quarta, que permitem perceber as dimensões dos protesto:

Com agências