Sem categoria

Abbas pede critérios jurídicos para decisão sobre Palestina

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse nesta sexta-feira (14) que a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre o reconhecimento do Estado Palestino deveria levar em conta medidas jurídicas e legais, e não políticas.

Em encontro com a imprensa após ter se reunido com o presidente francês Nicolas Sarkozy, em Paris, Abbas afirmou que não sabe quanto tempo o processo deve levar na ONU, mas registrou sua vontade de que prossiga em "seu ritmo normal", no qual sua delegação não tem intenção de interferir.

O representante palestino insistiu que não vai retirar seu pedido ao Conselho e afirmou que se encontra na fase de explicar a causa palestina a líderes de todo o mundo, para tentar esclarecer aqueles países "que não a compreendem bem".

Além disso, Abbas reiterou que só retomará as negociações de paz com Israel quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estiver de acordo com a suspensão da colonização e a criação de dois Estados com as fronteiras de 1967.

O líder palestino lamentou que Netanyahu "parece determinado a continuar a colonização, demonstrando não levar em consideração a legalidade internacional e não desejar a paz".

Abbas explicou que a reunião com o chefe do Estado francês teve o objetivo de "coordenar posturas", e afirmou que estas reuniões frequentes entre os líderes mostram a vontade dos palestinos de que a França tenha "um papel essencial e cada vez mais importante" no processo de paz.

O presidente da ANP classificou de "positivo" o recente acordo para a libertação do soldado israelense Gilad Shalit e saudou os esforços da França para que o franco-palestino Salah Hamouri também seja libertado.

Abbas acrescentou que não vê nada de errado na solicitação palestina de ingressar como membro de pleno direito na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O líder pediu aos palestinos que tenham calma mediante os diálogos e negociações.

Por outro lado, numa demonstração de que persiste em seu caminho colonialista, Israel planeja construir um novo bairro em Jerusalém Oriental pela primeira vez em 14 anos, anunciou nesta sexta-feira a ONG A Paz Agora, que luta contra a colonização.

Uma vez terminada a execução deste projeto, o bairro de Beit Safafa ficará isolado do resto da Cisjordânia, principalmente de Belém, tornando impossível converter Jerusalém Oriental na capital de um futuro Estado palestino que disponha de uma unidade geográfica.

Ao ser indagado em Paris sobre o assunto, o negociador palestino, Saeb Erakat, condenou este projeto, que "confirma que o governo israelense quer destruir o processo de paz e a solução de dois Estados".

Com agências