Sem categoria

OAB fará ato em defesa do deputado Marcelo Freixo

Acontece na próxima segunda-feira (17), às 16h, um ato público suprapartidário em defesa da vida do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que vem sofrendo ameaças de morte por integrantes das chamadas milícias instauradas na cidade do Rio de Janeiro, formadas por policiais que controlam determinados territórios. O evento acontecerá no Plenário da Seccional, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“É importante que todos os diversos setores da sociedade façam uma discussão sobre o que está acontecendo para que possamos nos organizar e cobrar providência do poder público”, enfatizou Marcelo Freixo, em entrevista ao Vermelho. Ele lembrou, no entanto, que as ameaças sempre existiram. “Desde 2008, quando presidi a CPI das Milícias, ocorrem ameaças. Elas chegam pelos disques denúncias e nas polícias”, completou.

Na semana passada, Freixo recebeu informações do Serviço de Inteligência da Polícia Militar (PM) o ex-cabo da Polícia Militar Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, receberia R$ 400 mil para matar o parlamentar. O ex-policial, que fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP), é ligado a um grupo paramilitar de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Campo Grande possui diversos grupos de milícias que foram alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), presidida por Freixo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), em 2008. A CPI indiciou 225 pessoas, entre políticos, policiais civis e militares e bombeiros. Além disso, mais de mil pessoas foram investigadas. Desde a conclusão da CPI, que sugeriu 58 propostas concretas para a alteração do quadro atual, mais de 500 prisões foram feitas. O filme Tropa de Elite 2 é baseado no trabalho da CPI.

“Além de todos os esforços para apurar as denúncias, a CPI teve um grande impacto forte na sociedade, com efeito até mesmo pedagógico”, declarou Marcelo Freixo.

Outra CPI em andamento há seis meses, que está prestes a ser concluída, é a do Tráfico de Armas. “Ainda não dá para adiantar nada, estamos na fase inicial da conclusão, que deve sair daqui a um mês. Mas é possível afirmar que o problema do tráfico de armas é mais por conta da falta de controle do estado do que por problemas de fronteira no país”, afirmou Freixo.

Freixo contou também que as ameaças aumentaram muito depois da morte da juíza Patrícia Acioli, que combatia as milícias, assassinada em agosto deste ano . “É uma informação que veio direto da Polícia Militar, por isso tenho que levá-la a sério. Estou com a segurança reforçada e tomo as minhas precauções”, contou o deputado estadual.

Seguir adiante

A OAB publicou nota oficial conclamando a sociedade a defender a vida do deputado, que garantiu que não vai recuar. “Não podemos nos intimidar. Para combater a ação desses grupos é preciso tirar deles (grupos de milícias) os braços econômico e político”, afirmou o deputado, referindo-se ao controle de determinadas atividades econômicas como transporte e distribuição de gás, e também de parlamentares ligados aos grupos de criminosos.

Deborah Moreira, da redação do Vermelho