Prefeito de Cidreira é denunciado por abuso do poder político

O Prefeito de Cidreira, Beto Pires (PMDB) foi denunciado na última sexta-feira (21), por abuso do poder político, considerado crime pela legislação eleitoral. A denúncia partiu do Presidente da Associação de Moradores e Veranistas da Beira Mar, Aristoclides Vieira dos Santos, conhecido popularmente como Dindo, pois, o mesmo e mais 7 pessoas da comunidade e da diretoria da associação participaram de reunião com o prefeito no dia 20 de outubro, onde o mesmo teria cometido o crime.

Segundo a denúncia, protocolada no Ministério Público, a reunião foi agendada com uma semana de antecedência, com a finalidade de buscar melhorias para as comunidades da Costa do Sol e Zona A. “Após ser lido e entregue o ofício, o senhor Prefeito perguntou-me se eu seria candidato a vereador, e eu respondi ao mesmo que no momento não. Ao cabo, que o mesmo me disse que a partir desta data ele não mais me receberá no gabinete, e somente receberá e atenderá os pedidos da associação, caso eu renuncie ao cargo de presidente. Ainda sugeriu que a vice-presidente asssuma no meu lugar. Nas palavras do prefeito: “Isso aqui é um jogo! Eu não posso conceder nada para a associação enquanto o Aristoclides for presidente para depois ele subir no palanque do vereador Matheus e falar mal de mim”, relata Aristoclides na carta-denúncia.

Surpresos com a atitude do prefeito, os outros membros da reunião, perguntaram se o Aristoclides saísse do PCdoB e entrasse no PMDB o que aconteceria. Então, o prefeito respondeu: “Aí sim! Tudo o que a Associação pedir será atendido. Caso ele permaneça em outro partido, nada posso fazer. Isso aqui é um jogo político e nós temos que jogar”.

Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral, abuso do poder político “ocorre nas situações em que o detentor do poder, […] vale-se de sua posição para agir de modo a influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto. Caracteriza-se dessa forma, como ato de autoridade exercido em detrimento do voto. Temos exemplo de abuso do poder político quando, na véspera das eleições, o prefeito candidato à reeleição ordena que fiscais municipais façam varredura em empresas de adversários políticos e não o façam em relação a empresas de amigos e companheiros de partido”.

Aristoclides deixou claro na denúncia: “nunca fiz política partidária, apenas comunitária. Me filiei a pouco tempo no PCdoB, por me identificar com a ideologia e a prática desse partido e entendo ser meu direito fazer isso, pois sou maior de idade e estou em dia com a justica eleitoral. Porém, vejo, que desde que o senhor prefeito ficou sabendo disso, mudou o seu tratamento comigo até chegar a esse ponto de agir de maneira covarde e grosseira, se escondendo atrás do cargo que ocupa para eleger o pré-candidato a prefeito da sua preferência”, desabafa.

Junto com Aristoclides, assinam como testemunhas e denunciantes as outras sete pessoas que estavam na reunião.

Da redação local