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Consenso do Rio: Integração para enfrentar a crise

Instituto pede coordenação de políticas desenvolvimentistas para América do Sul

A integração regional, com políticas macroeconômicas convergentes é o melhor caminho para a América do Sul assegurar estabilidade externa, eliminar a miséria e desconcentrar renda e riqueza.

Essa é a proposta lançada, durante almoço nesta segunda-feira, pelo Instituto de Estudos Estratégicos para a Integração da América do Sul (Intersul). O instituto divulgou a carta Consenso do Rio, na qual apresenta idéias gerais para uma política macroeconômica desenvolvimentista convergente dos países da região, objetivando, simultaneamente, à estabilidade de preços, ao crescimento da economia e à promoção do pleno emprego.

Na opinião do economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES e signatário do documento, qualquer iniciativa desenvolvimentista terá de enfrentar forças internas vinculadas ao Consenso de Washington, de corte neoliberal, e considerar o novo cenário geopolítico.

"A China planeja ser o epicentro do mundo e, para tanto, fez aliança estratégica com os EUA, constituindo um "G2", muito mais poderoso que o G20 ou os Brics, com quem o Brasil tem menos afinidade do que com os vizinhos latino-americanos", argumenta Lessa, que vê com bons olhos a construção de um discurso latino-americano alternativo ao neoliberalismo.

Entre as medidas recomendadas pelo Consenso do Rio, está a guinada nas atribuições do Banco Central (BC), que, além de manter a estabilidade dos preços, passaria a buscar o crescimento econômico e a geração de empregos.

Para tanto, o documento propõe a administração do câmbio, política fiscal anticíclica e pró-investimento do Estado, "para corrigir deficiências de infra-estrutura, admitindo-se, em situação de alto desemprego e ociosidade no parque produtivo, o aumento da relação dívida PIB", como ocorreu após 2008.

Fonte: Monitor Mercantil