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Comunistas gregos dão a primeira resposta popular ao novo governo

Em nota publicada nesta sexta-feira (11) em seu site, o Partido Comunista da Grécia (KKE, na sigla em grego), denuncia o caráter anti-popular e submisso do novo governo do país, formado esta semana em subnstituição ao liderado por Giorgios Papandreou, que caiu por pressão dos mercados financeiros.

Leia a seguir a íntegra da nota:

As lideranças do social-democrata Pasok, do direitista ND e do nacionalista LAOS, expressando as vozes do capital doméstico e da União Europeia, realizaram o acordo que permitirá a formação do novo governo de coalizão, que em nome da plutocracia dirigente tentará aprofundar ainda mais a ofensiva contra os operários e o povo grego.

A colaboração política entre essas três forças, com o apoio de outras forças burguesas, como o DHSY, de centro direita, o DHMAR, de centro-esquerda, os ecologistas e outras agremiações, resultaram na criação de um governo de coalizão, com a indicação do banqueiro L. Papademus como primeiro-ministro.

Em uma nota divulgada pelo escritório de comunicações do KKE, sobre o acordo entre os três partidos, os comunistas assinalam que "Papademus foi guindado à chefia do seu governo de acordo com os interesses da plutocracia grega e europeia. O povo precisa contra-atacar, estabelecendo uma aliança popular e operária contra essa aliança suja, no sentido de inviabilizar e provocar a renúncia deste novo premiê.

A primeira resposta ao novo governo anti-popular foi dada pelo PAME, com a realização de grandes manifestações em Atenas e outras cidades, na noite de 10 de novembro.

A manifestação em Atenas ocorreu na praça central da cidade, Omonoia. Giorgos Sifonios, presidente do sindicato dos metalúrgicos abriu o comício saudando a greve realizada por 400 companheiros metalúrgicos, que desde o dia 31 de outubro cruzaram os braços em luta pela readmissão de 34 colegas demitidos.

Em nome do PAME, Savvas Tsimpoglou afirmou aos manifestantes presentes que o movimento operário está contra o chamado "pacto social" convocado pela burguesia. Afirmou que os sindicalistas são contra a conciliação entre as classes. "Com mobilizações, greves e demonstrações estabeleceremos um novo curso, em frentes de luta que deverão evoluir para encontrar a solução dos problemas que afligem o povo", disse.

Em seguida, os manifestantes realizaram uma marcha de tamanho razoável até o parlamento. A secretária-geral do KKE, Aleka Papariga, que acompanhava a manifestação, disse à mídia presente que as pessoas não podem perder nem mais um dia. "Antes que o governo comece a se organizar, antes que tome as primeiras medidas, deve saber que o povo está contra ele. Há problemas específicos imediatos, como a abolição dos impostos mais pesados, problemas imediatos que estão relacionados aos impostos, à "taxa" de solidariedade, o aumento do imposto de valor agregado, as escolas que não têm financiamento e que fecharão as portas em breve, não há dinheiro para as universidades, para nada".

"Por isso, os problemas são imediatos e devem ser combatidos de todas as formas. O quanto antes e ao mesmo tempo, é óbvio, é preciso intensificar as demandas que conduzirão o povo grego ao contra-ataque, porque, como o Papademos afirmou, tudo é uma questão fiscal. Você sabe o que é uma questão fiscal? Significa encerrar os investimentos em saúde, educação, em tudo. Com o pretexto de não reduzir os salários e as aposentadorias, eles vão cortar tudo que puderem de nós", afirmou.

Fonte: Site do KKE