Capistrano: Berlusconi e o cinismo das potências capitalistas
Esse senhor, o Silvio Berlusconi, governou a Itália por 17 anos. Segundo o jornalista Mino Carta, em artigo na revista CartaCapital, esse foi um período em que “ a Itália viveu quase duas décadas de desmandos e vulgaridades, de atraso econômico e lassidão, de relacionamento suspeito com o crime organizado e de assaltos à Constituição…”. E é verdade, mas, a mídia calou.
Publicado 17/11/2011 11:12 | Editado 04/03/2020 17:07
Fico imaginando se fosse um governo de um país da América Latina, da África ou da Ásia, principalmente um governo de esquerda, fazendo o que o Senhor Berlusconi fez durante os 17 anos de desgoverno na Itália. Basta ver o tratamento dado pela mesma mídia aos presidentes Chávez, Evo Morales, Lula e a outros chefes de estado que fazem parte do bloco de esquerda.
Poucos conhecem a história política da Venezuela, não tem a mínima ideia como era o país antes do presidente Hugo Chávez, é bom ressaltar, democraticamente eleito. A mídia não diz como era que as oligarquias venezuelanas tratavam a riqueza do país e o papel dos Estados Unidos no saque dessas riquezas. Com Chávez, a situação do Venezuela mudou.
Hugo Chávez é um nacionalista comprometido com o seu povo, ele não aceita a tutela do seu país por nenhum governo estrangeiro, defende a autodeterminação dos povos, o relacionamento respeitoso entre as nações, luta por uma América Latina livre e soberana. Motivo da sórdida campanha midiática contra ele executada pelos Estados Unidos e os seus lacaios.
No caso dos países árabes e da Grécia, o cinismo das potências capitalistas (Estados Unidos e Comunidade Europeia) ficou patente, eles não tem preocupação com os povos nem compromisso com a democracia, o negócio deles é o lucro é o saque das riquezas das nações e, pronto.
Lendo um artigo de Walter Franganiello Maierovitch, na revista CartaCapital, intitulado “Tiranicídio com mão de gato”, ele diz, no primeiro parágrafo: “O Tomismo continua a dar suporte às potências interessadas em eliminar desafetos ou mudar cenários geopolíticos, geoestratégicos e geoeconômicos. Só para lembrar, Tomás de Aquino, no século XIII, sustentou que assim como era lícito ao médico amputar um membro infeccionado para salvar o corpo humano, era igualmente válido ao príncipe matar uma pessoa nociva ao organismo social”.
É com essa justificativa que as potências capitalistas têm tratado os seus “desafetos”: Afeganistão, Iraque, Líbia, Palestina, Cuba, Bolívia, Venezuela e, agora, com uma ameaça permanente de ataque ao Irã. O interesse maior dessas potências é a mão do gato e, só.
Quantas pessoas foram mortas no Iraque, no Afeganistão, na Líbia e na Palestina? Ninguém sabe, a mídia esconde os genocídios praticados por eles. Tem ocorrido um verdadeiro tiranicídio com objetivo bem claro das potências capitalistas, que é o domínio geopolítico e geoeconômico do mundo.
Não existe preocupação nenhuma das potências capitalistas com as questões de direitos humanos, até por que os seus aliados na mesma região e com a mesma cultura e costumes não sofrem qualquer tipo de repressão e ameaça. A Arábia Saudita é um dos exemplos. Portanto, como sempre, o que estar acontecendo nestas “crises” é puro cinismo das potências capitalista.