Bolívia diz que Chile violou tratado

De acordo com o vice-chanceler Juan Carlos Alurralde, Santiago concedeu o controle e o manejo da ferrovia Arica-La Paz, a parte que corresponde ao Chile, à Empresa Portuária de Arica (EPA).

O diplomata explicou ao diário estatal Cambio que este assunto deteriora mais as relações e não descartou que a Bolívia leve a queixa a instâncias internacionais.

A denúncia se produz no momento em que as relações bilaterais entre ambos os países estão congeladas pelo curso que tem tomado a demanda marítima.

Em 23 de março deste, quando se cumpriram 132 anos do fechamento da saída para o mar, o presidente Evo Morales anunciou a decisão de apresentar a demanda marítima perante tribunais internacionais.

Alurralde apontou que a Chancelaria já expressou sua preocupação por esta problemática na 12ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Livre Trânsito da Bolívia ao Chile, de 13 de setembro, em La Paz.

Ademais, segundo Alurralde, a Bolívia expressou o interesse do país de administrar essa ferrovia, o que era visto com beneplácito pela parte chilena.

Segundo o Vice-chanceler, a decisão da Empresa Portuária de Arica (EPA).
se soma a outras arbitrariedades que impedem o livre trânsito de cargas e passageiros a Arica, em franca violação ao Tratado de 1904.

O Tratado de Paz e de Amizade de 1904 estabelece que o Estado chileno deve construir esta ferrovia. Em 27 de junho de 1905 foi assinada a Convenção para a Construção e Exploração da Ferrovia Arica-La Paz.

A construção da via férrea começa em 1905 e termina no final de 1913, e opera sob a administração do Chile por 15 anos, segundo estipulou-se para recuperar o investimento.

Desde 1928, a administração da ferrovia foi dividida em duas partes: Arica-Visviri, sob o controle do Chile, e Charaña-La Paz, que passou a depender do Estado boliviano.

A EPA anunciou que a via férrea funcionará a partir de 2012.

Prensa Latina