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PCdoB: mulheres ampliam atuação com iniciativas para conferências

Representantes de 17 estados se reuniram, domingo (27) e segunda-feira (28), para discutir a 2º Conferência Nacional do PCdoB sobre a Questão da Mulher, que acontecerá em maio de 2012. O encontro, promovido pelo Fórum Nacional Permanente do PCdoB sobre a Questão da Mulher, tratou de questões práticas como o lançamento de livro, DVD, boletim eletrônico e uma pesquisa. Também abordou o processo de construção da conferência nacional, do governo federal, que acontecerá entre 12 e 15 de dezembro.

Durante os dois dias do encontro, ocorrido na sede nacional da legenda, no centro de São Paulo, as 17 secretárias estaduais do PCdoB debateram o caráter e o conteúdo do documento que será apresentado e discutido durante a conferência do partido no próximo ano.

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A secretária Nacional do PCdoB da Questão da Mulher, Liège Rocha, destacou as iniciativas para colaborar com o processo da conferência e com o amadurecimento dos militantes sobre a luta das mulheres. Uma delas é um DVD explicativo para a formação de militantes, homens e mulheres, que atuam nas entidades sociais, sindicais e estudantis. Entre os temas abordados estão: o papel das mulheres na história do Brasil, a concepção emancipacionista do ponto de vista do movimento, quais as bandeiras. Ele poderá ser utilizado em eventos, cursos e palestras, por exemplo.

“O DVD já está em processo de construção, com roteiro e uma empresa para viabilizar sua realização. Está previsto para ser lançado em março, e até contribuir no processo da conferência. Além disso, faremos uma pesquisa para traçar o perfil da comunista. Quem é essa mulher que está no partido hoje? Qual é a condição feminina dessa mulher comunista?”, destacou Liège.

O levantamento será amplo, atingindo todas as capitais do país, com uma amostragem de quatro mil entrevistadas. Uma empresa especializada em tabulação e condução de pesquisa dará orientação.

Livro

Para marcar o movimento de mulheres nos 90 anos do PCdoB, em março de 2012, a secretaria organizará uma publicação sobre o que já foi elaborado sobre a questão da mulher no partido, desde o 5º congresso até a atualidade, para traçar uma linha evolutiva.

Outra iniciativa da secretaria será a criação de um boletim eletrônico para que o movimento alcance as redes sociais. Ele trará um editorial tratando da conjuntura, além de notícias importantes sobre eventos nos estados e alguns textos para contribuir na formação de mulheres e homens. O boletim será coordenado pela secretaria da Questão da Mulher e hospedado no Partido Vivo.

O Fórum Nacional Permanente do PCdoB sobre a Questão da Mulher acontece duas vezes ao ano, em média, e foi criado em 2007, durante a 1ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Questão da Mulher, e integra o estatuto do Partido, aprovado no 12º Congresso.

Conferência Nacional

Também foi debatida a participação das mulheres comunistas no processo de construção da 3º Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que acontecerá de 12 a 15 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Eixo Monumental de Brasília (DF). O evento reunirá cerca de três mil participantes, com delegações de todo o país. Até agora, segundo balanço parcial da secretaria, cerca de 150 delegadas estão eleitas para o encontro.

Para Liège Rocha, o processo de conferência tem mobilizado a militância. Como, por exemplo, a Conferência de Sergipe, que surpreendeu com uma mobilização de 900 mulheres na plenária final. O processo todo movimentou quatro mil mulheres naquele estado. Em São Paulo, a conferência estadual teve mais de mil mulheres delegadas inscritas.

Ela lembro que tem aumentado a participação a cada ano nas conferências. O primeiro e o segundo Plano Nacional de Políticas para Mulheres contaram com a contribuição e debate de 130 mil mulheres, na primeira edição da conferência, e de quase 200 mil mulheres, na segunda conferência. Ainda não é conhecido o total de participantes no atual processo. A próxima conferência terá como tema: Autonomia e igualdade para as mulheres.

“Consideramos que foi positiva nossa reunião do fórum, com a presença das secretárias estaduais da mulher. Também avaliamos como positiva nossa participação nas conferências estaduais para a conferência organizada pelo governo federal. No entanto, avaliamos que houve muita disputa para a tirada de delegadas nos estados, o que rebaixou o debate político nas plenárias. É preciso enriquecer o debate político durante a conferência nacional e nos organizarmos para chegarmos lá com força”, avaliou Liège.

Ela ressaltou que é preciso fazer uma análise sobre o atual Plano Nacional de Políticas para Mulheres, criado durante a 2º Conferência, para atualizá-lo, levando em conta o governo Dilma. Mas, além disso, ela ressaltou a importância da implementação das políticas públicas.

“As políticas públicas deveriam ser de Estado para que o governo não interrompesse sua implementação. Agora, o que nós vemos é que nem sempre os estados seguem as diretrizes definidas nas conferências. Precisamos, então, nos mobilizar e exigir a implementação dessas políticas, que ajudamos a construí-las, inclusive”, disse Liège.

“Não basta só na lei, queremos na vida. Como a Lei Maria da Penha, que existe no papel há 5 anos, mas nem todos os estados implantaram os serviços previstos no texto”, declarou Liège, fazendo uma comparação com a Lei Maria da Penha.

Deborah Moreira, da Redação do Vermelho