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Falta priorizar Educação no país, diz professor em evento da CTB

A Educação não é prioridade do Brasil. A afirmação foi feita pelo professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Demerval Saviani, que abriu o 1º Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação, em São Paulo, promovido pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), sexta (2) e sábado (3). Participaram do encontro os dirigentes da CTB Nivaldo Santana, vice-presidente; Celina Araês, secretária de Formação Sindical; e o dirigente Divanilton Pereira.

Na palestra sobre “A importância da educação no projeto de desenvolvimento para o país”, demonstrou que houve avanços na área ao longo dos anos. Porém, não foram suficientes para suprir as demandas do país.

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“O Brasil já tem um atraso no que diz respeito à política educacional. Os problemas foram se acumulando. Hoje a educação é uma prioridade no discurso, mas não no orçamento”, afirmou Demerval Saviani.

O professor fez um paralelo entre a educação e o desenvolvimento, destacando o setor como estratégico para o avanço do país em outros setores. “Investir em educação é a possibilidade para que o nosso país se desenvolva. Não se trata de colocar a educação à frente dos demais setores, mas sim, priorizar e utilizá-la para atacar outros problemas”.

Marilene Betros, diretora da CTB e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) comentou as mudanças que devem ser feitas no PNE, destacando os desafios para a construção de um projeto que a sociedade necessita, que são muitos, e, na sua visão, só serão vencidos com muita mobilização.

”Só com muita mobilização popular e pressão sobre nossos parlamentares conseguiremos implementar o projeto de educação referendado no que queremos para o nosso país. Chamamos os trabalhadores para mais essa luta em prol de nossa educação”, convocou Marilene Betros.

10% do PIB para a Educação

Durante os dois dias de debates ficou clara a preocupação dos presentes com a urgente destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. “Estamos num momento onde a questão da discussão do financiamento da educação encontra um clima de fusões de instituições privadas e da financeirização do ensino”, lembrou Edson de Paula Lima, da CTB-MG.

Para o dirigente é necessário que haja um controle e uma conscientização que esse problema diz respeito tanto aos trabalhadores do ensino privado, como também da esfera pública público.

Outra deficiência discutida foi a desvalorização dos profissionais do setor, tendo em vista que na maioria dos estados nem o piso salarial nacional é cumprido. Recentes pesquisas revelaram que entre os 27 estados da Federação, 17 não cumprem o piso salarial.

A legislação prevê mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública, por 40 horas semanais (excluindo as gratificações) e assegura que os docentes passem ao menos 33% desse tempo fora das aulas para poderem atender aos estudantes e preparar aulas.

Ao final do encontro foi elaborado um documento com as principais resoluções do encontro, que em breve será publicado no site da CTB.

Com informações da CTB