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Premiê japonês visita a China; Coreia do Norte está na pauta

A convite do premiê chinês, Wen Jiabao, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, chegou a Pequim neste domingo (25), iniciando uma visita oficial de dois dias à China.
Durante a visita, Noda mantém conversações com o presidente da República, Hu Jintao, o presidente da Assembleia do Povo (Parlamento), Wu Bangguo , e o primeiro-ministro Wen Jiabao.

Trata-se da primeira visita de um primeiro-ministro japonês à China desde que o Partido Democrático do Japão chegou ao poder em 2009.

O objetivo da visita, segundo o jornal China Daily, é desenvolver esforços para promover as relações estratégicas de desenvolvimento e mutuamente benéficas orientadas para o futuro.

Um dos pontos de discussão entre Noda e as autoridades chinesas é a situação na Península Coreana após a morte do líder da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong Il.

A visita do premiê japonês é vista na China como uma oportunidade para ambas as partes fortalecerem a confiança mútua e consolidarem a cooperação.

A expectativa é que a visita, uma semana antes do início de 2012 quando as duas nações celebrarão o 40 º aniversário da normalização das relações diplomáticas, aprofunde a cooperação prática e promova novos avanços nessas relações.

A China e o Japão não são apenas vizinhos importantes, mas também grandes atores geopolíticos na Ásia e no mundo. As duas nações têm uma quantidade razoável de influência sobre a paz, a estabilidade e o desenvolvimento regional, bem como em todo o mundo.

Refletindo sobre a história da interação entre a China e o Japão, que abrange mais de 2 mil anos, os dois países foram amigos na maior parte do período.

No entanto, na primeira metade do século 20, o Japão infligiu sofrimentos enormes ao povo chinês durante a invasão. Ainda hoje, alguns políticos japoneses mantêm uma mentalidade militarista e distorcem descaradamente a história e se recusam a pedir desculpas pelos crimes de guerra cometidos pelo país no passado.

Entre 2001 e 2006, os líderes japoneses repetidamente visitaram o Santuário Yasukuni, em Tóquio, um símbolo do passado militarista do Japão que homenageia cerca de 2,5 milhões de japoneses mortos na guerra, incluindo 14 grandes criminosos de guerra. Estes gestos têm despertado protestos generalizados de países do Sudeste Asiático.

China e Japão têm disputas sobre recursos marítimos e em torno da soberania sobre áreas do Mar da China Oriental.

O Ministério da Defesa da China afirmou em outubro último que atividades de reconhecimento por aviões e navios japoneses prejudicaram os interesses de segurança da China.

As duas nações estão trabalhando cuidadosamente sobre as questões sensíveis e estão se concentrando em relações mutuamente benéficas com base em interesses estratégicos comuns, apesar das diferenças.

Numa situação de crise econômica na zona do euro e em meio a uma situação política complexa no mundo, as duas nações buscam realizar reformas e expandir os campos de intercâmbio e cooperação com benefícios recíprocos, visando também a construir a paz regional e global, e atingir níveis superiores de desenvolvimento.
Nos últimos anos, o comércio bilateral disparou e resultou em benefícios reais para os povos dos dois países.

Em 2010, o volume de comércio entre os dois países saltou para 300 bilhões de dólares. O Japão tornou-se o segundo maior parceiro comercial da China e a China é o principal mercado das exportações japonesas.

O rápido crescimento da economia chinesa tem fornecido uma oportunidade importante para o Japão, cujas vantagens em tecnologia e capital ajudam a impulsionar o crescimento da China.

Enquanto os dois lados aderirem aos princípios estabelecidos nos documentos de comum acordo, lidarem com questões sensíveis e resolverem as diferenças de forma adequada, a relação China-Japão, sem dúvida, crescerá de maneira mais sólida, conclui o jornal China Daily