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Governo paulista falha na contagem de 43 assassinatos

O governo do Estado de São Paulo deixou de incluir ao menos 43 homicídios nas estatísticas oficiais de violência referentes ao período de janeiro a outubro de 2011. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) admite somente parte do problema e atribui a maioria dos casos a "erros de registro". Os assassinatos representam 5,29% das 812 mortes intencionais registradas na capital no período.

Não constam das estatísticas assassinatos registrados em delegacias de plantão de bairros vizinhos aos locais dos crimes, mortes cometidas por policiais militares (PMs) de folga em reações a roubos e casos nos quais vítimas de tentativa de homicídio morreram em hospitais horas ou dias depois.

A reportagem da Folha de S. Paulo forneceu à secretaria detalhes como nomes da vítimas e datas do fatos dos 43 casos não contabilizados. Segundo a SSP, somente 15 deles serão incluídos nas estatísticas a serem divulgadas hoje (26), referentes ao período de janeiro a novembro.

Foram 11 mortes cometidas por PMs de folga. Elas constam somente nos balanços publicados no Diário Oficial do Estado. A SSP não respondeu, no entanto, o motivo de as delegacias não os contabilizarem.

Também há casos em que os boletins de ocorrência (BOs) terem sido registrados meses depois do fato, o que demonstra lentidão nas delegacias. Três casos foram registrados, segundo a própria secretaria, nos meses seguintes aos dos crimes. Dois BOs de homicídios não foram localizados. As outras 12 ocorrências serão computadas a partir de janeiro, mediante o envio de ofícios por parte dos delegados investigados à secretaria.

A Secretaria da Segurança disse que o órgão que divulga as estatísticas apenas consolida os dados, que devem ser encaminhados pelas delegacias.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, determinou a abertura de procedimentos administrativos disciplinares contra os delegados que não tomaram providências para corrigir os dados criminais.

Falta de transparência

A pasta disse que faz desde setembro auditoria de todos os casos de homicídios dolosos.
A secretaria disse que as correções com os dados levantados pela reportagem serão publicados no "Diário Oficial do Estado".

Fabiano Angélico, especialista em transparência governamental, diz que disponibilizar dados criminais em um site sem apresentar a metodologia do levantamento "não é ser transparente".

"Não basta divulgar, tem que garantir a integridade dos dados, para que as pessoas possam tirar conclusões por meio da consulta.

Co  informações da Folha de S. Paulo