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EUA e Israel avaliam ataque "preventivo" contra Irã

Os Estados Unidos e Israel intensificaram no último mês os contatos bilaterais sobre o programa nuclear iraniano e hoje consideram a possibilidade de um ataque preventivo contra as instalações atômicas daquele país.

Washington procura convencer Telavive de que lançará um ataque militar contra Irã, caso este cruzar "certas linhas vermelhas", em referência a um suposto "desenvolvimento de armas nucleares", destacou o blog estadounidense The Daily Beast, pertencente à revista Newsweek.

Analistas políticos acreditam que um ataque militar contra o país persa seria justificado se houver a expulsão dos inspetores internacionais de armas nucleares, se iniciar o enriquecimento de urânio acima de 90%, ou instalar centrifugadoras avançadas em sua principal planta de processamento em Qom.

"O progresso nas novas instalações seria um fator importante na hora de avaliar nossa decisão de usar a força", afirmou Mateo Kroenig, quem trabalhou como assessor especial sobre o Irã no Penatágono, de julho de 2010 a julho de 2011.

Segundo a publicação, o primeiro ministro israelense irritou-se com os Estados Unidos depois que o secretário de Defesa, Leon Panetta, informou os israelenses que não arcaria com os custos de um ataque e colocou essa opçõa para resolver a questão em último lugar.

Anteriormente, Panetta procurou fazer com que a administração Obama intensificasse as conversas com as autoridades israelenses sobre o tema nuclear iraniano, destacou a publicação.

O próprio Panetta, tratando de acalmar os ânimos, tratou de retificar sua posição e afirmou na semana passada à CBS News que Washington estava "disposto a usar a força" contra o Irã para "evitar que construa a arma nuclear".

Por outra parte, o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, visitou Washington na semana passada para conversar sobre a possibilidade de um ataque.

A viagem foi correspondida pelo subsecretario de Estado para Assuntos Políticos, Sherman Wendy, e um assessor de controle de armas especiais desse departamento, que viajaram para Telavive há alguns dias para abordar a problemática.

"Os israelenses sentem uma profunda desconfiança do presidente Obama e sua postura sobre o Irã, que segue sendo um fator de complicação", comentou a fonte.

Obama pisa em ovos quando se trata de abordar o tema, preocupado com as eleições presidenciais de 2021, suas intenções por reeleger-se e a posição dos republicanos, que tratam de cortejar o poderoso lobby judeu, o que pode resultar decisivo na eleição de um presidente estadunidense.

Obama busca ganhar tempo ao pressionar Teerã a desistir de desenvover seu programa nuclear com fins pacíficos.

"Por outro lado, tenta acalmar o satélite de Washington na região, que poderia incendiar o Oriente Médio", estimou o jornal.

Fonte: Prensa Latina