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Bovespa vive a 3ª maior queda anual desde 1995

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou as negociações nesta quinta (29), último pregão de 2011, em leve alta. O Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 0,39%, aos 56.754 pontos. O giro do pregão foi de R$ 5,2 bilhões. No ano, a Bovespa apresentou queda de 18,1%, terceira maior desvalorização anual desde 1995.

Os mercados internacionais mostraram tímida recuperação, após a Itália vender cerca de 7 bilhões de euros em bônus, com queda nos yields de papéis mais curtos. Na quarta-feira, o Ibovespa tinha desabado 2,54%, em meio a persistentes temores em relação à crise de dívida soberana na zona do euro, uma das principais responsáveis pelo tombo do índice no acumulado do ano.

Foi o terceiro pior desempenho do índice desde 1995. O mais fraco aconteceu em 2008, com queda 41,2%, em meio aos desdobramentos da quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, ápice da crise internacional naquele momento.

Para profissionais do mercado, há poucas chances de uma recuperação mais significativa do mercado acionário, pelo menos enquanto o medo de quebradeira generalizada na zona do euro não for dissipado. "A liquidez ainda está empoçada; só deve melhorar depois do primeiro trimestre (de 2012)", disse o responsável pelo banco de investimentos Bradesco BBI, Sérgio Clemente. Segundo Walter Mendes, sócio da Cultinvest, entre os fatores que podem contribuir para a recuperação no próximo ano está o fato de a bolsa brasileira estar bastante "descontada" em relação aos mercados internacionais.

Como de forma geral as empresas do país seguiram crescendo nos últimos anos, marcadas por instabilidade internacional, os múltiplos da bolsa brasileira estão bem menores do que os de outros mercados, mesmo emergentes. Em termos nominais, o Ibovespa está no mesmo patamar alcançado em meados de 2007. Na máxima histórica, o índice superou 73 mil pontos, no começo do ano seguinte.

"Nós estamos no meio de um ciclo de corte de juros, a economia americana está lentamente se recuperando e tenho a expectativa de que não haja ruptura na Europa nem desaceleração muito forte na Ásia", afirmou Mendes, referindo-se à taxa Selic brasileira, que fechou este ano a 11%, depois de alcançar 12,50% em julho.

Dólar vira e opera em queda

Após ter valorização na manhã desta quinta-feira (29), o dólar mudou de rumo e passa a operar em queda na última sessão do ano nos mercados financeiros brasileiros.

Perto das 15h50, a moeda norte-americana tinha queda de 0,32%, a R$ 1,867 para venda.

Nesta quinta, acontece o último fechamento oficial de dólar, conforme explica o analista internacional Jason Vieira. Na sexta-feira, porém, haverá operações de câmbio no mercado oficial à vista, previstas para se encerrarem por volta do meio-dia.

Na véspera, o dólar fechou a R$ 1,8735 para venda, o que representa alta de 0,73%. Com isso, até a véspera, a moeda dos EUA acumula alta de 12,45% em 2011.

Indicadores

Na última quinta-feira do ano os investidores ficam de olho no leilão de títulos de longo prazo na Itália e na sondagem industrial da unidade de Kansas City do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), referente a dezembro.

Também nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulga os pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 23 de dezembro. Ainda na agenda norte-americana, saem os dados referentes a vendas pendentes de moradias em novembro.

Por aqui, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de dezembro. O índice caiu 0,12% no mês. No ano, a alta acumulada foi de a 5,1%.

Com agências