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Pensão para herdeiros de Frei Tito deve ser analisado no Senado

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado deverá analisar a partir de fevereiro projeto que prevê a concessão de pensão especial de R$500 mensais aos herdeiros do frei Tito de Alencar Lima. Frei Tito foi submetido a atos de tortura em dependências policiais durante a ditadura militar. Com perturbações mentais em decorrência das agressões, ele se suicidou aos 31 anos de idade, na França, em 1974, onde foi abrigado depois de ser banido do país.

A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo. Pelo texto, a pensão deve ser dividida em partes iguais entre os beneficiários e não será transmitida aos seus próprios herdeiros. O valor pago será deduzido de qualquer indenização que a União venha a desembolsar por conta do que aconteceu com o frei dominicano.

Frei Tito participou da organização do congresso clandestino que a União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou em Ibiúna, interior de São Paulo, em 1968. Ele e outros dominicanos foram identificados pela repressão política e acabaram presos. Sua história é tema de diversos livros, entre os quais Batismo de Sangue, de Frei Betto, adaptado para o cinema em produção de mesmo título do diretor Helvécio Ratton. Frei Tito foi interpretado pelo ator Caio Blat.

Na Câmara, o projeto foi relatado pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), que relembrou a história do dominicano. "Quis rememorar a vida de Frei Tito para deixar claro a minha mais completa adesão à justíssima homenagem que o Poder Executivo quer prestar à memória deste nosso herói", disse então.

O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública propondo que seja declarada a responsabilidade civil de quatro militares reformados em relação a mortes ou desaparecimentos forçados de pelo menos seis pessoas, além de tortura contra outras 20. Entre as vítimas citadas na ação, de novembro de 2010, estão a presidente Dilma Rousseff e Frei Tito.

De Brasília
Com Agência Senado