Em crise, União Europeia começa nova Presidência no domingo
A Dinamarca inicia neste domingo seu semestre de Presidência rotativa da União Europeia (UE), que será marcado pelos esforços para administrar crise do euro. Mas a capacidade de ação do país escadinavo é limitada.
Publicado 31/12/2011 12:44
Com o ritmo marcado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, mas também pela Alemanha e a França, a Dinamarca (que é com o Reino Unido o único país da UE com isenção de entrada no euro) não tem o peso necessário para protagonizar as discussões e influenciar de forma decisiva em seu desenvolvimento.
No entanto, e tal como já explicou o ministro de Assuntos Europeus dinamarquês, Nikolai Wammen, a Presidência dinamarquesa apoiará Van Rompuy "em tudo o que for possível" nesse processo.
O início de 2012 será marcado pelo lançamento de um tratado intergovernamental para a adoção de um novo "pacto fiscal" que consagre a disciplina orçamentária.
Os dirigentes da EU esperam que a cúpula extraordinária de 30 de janeiro respalde o texto, para que possa ser assinado em março antes de passar à ratificação dos países.
O autoexclusão do Reino Unido na cúpula de 8 e 9 de dezembro impediu que o texto alcance uma reforma dos tratados da UE, mas todos os demais países comunitários que não têm o euro (incluindo Dinamarca) mostraram disposição de participar (com a ressalva do apoio parlamentar na Hungria, a República Tcheca e Suécia).
Precisamente, a Dinamarca poderia fazer valer sua posição de alheio ao euro, mas ao mesmo tempo favorável ao pacto, para tentar conseguir o máximo de apoio e "unir os países que estão dentro e fora da zona do euro", como disse Wammen ao apresentar a Presidência de seu país há duas semanas em Bruxelas.
A primeira-ministra dinamarquesa, a social-democrata Helle Thorning-Schmidt, disse reiteradamente que com as medidas anticrise seu Governo está consciente de que é “preciso relançar o crescimento econômico europeu”.
As autoridades de Copenhague não escondem que esta Presidência é, em parte, um presente envenenado, já que chega "no momento mais difícil" da construção europeia, para o qual buscarão a todo custo a cooperação entre todos os estados-membros e fugindo de disputas institucionais que não beneficiam ninguém.
Além da crise do euro e a econômica, as demais prioridades gerais desta Presidência serão potenciar o mercado único como motor de crescimento; promover uma Europa verde e aumentar a segurança externa e interna da União.
As presidências rotatórias da UE perderam peso com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, no fim de 2009, já que a política externa e a Presidência das cúpulas de líderes estão a cargo de responsáveis permanentes.
A União Europeia é um bloco que serve os interesses dos monopólios e do capital financeiro do velho continente. Suas políticas são neoliberais e atacam as conquistas sociais dos trabalhadores europeus. É um organismo supranacional que atua cada vez mais baseada em princípios federalistas que anulam as soberanias nacionais, atingindo de maneira especialmente dura os países mais débeis do bloco. As principais potências imperialistas europeias que dão as cartas são a Alemanha e a França.
Em política externa a União Europeia tem atuação imperialista e militarista, apoiando as guerras e intervenções contra países soberanos.
Redação com agências