Jamil Murad visita Cracolândia e questiona resultado da Operação Militar

O vereador percorreu as ruas, conversou com uma equipe de guardas-civis e visitou a Tenda Mauá, conveniada da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) que recebe crianças e adolescentes da região.

Basta acompanhar de perto, andar pelos arredores, conversar com comerciantes e funcionários da prefeitura para saber que o fim da Cracolândia precisa de um planejamento mais apurado com a participação da Prefeitura, do governo Estadual, Ministério da Saúde e do Poder Judiciário.

É o que defende o vereador Jamil Murad, presidente da Comissão de Direitos Humanos, ao visitar “in loco” a área na região central da cidade.

Ação isolada

Após os diálogos, o vereador constatou que no local há apenas uma ação de segurança, sem outras áreas importantes para o encaminhamento dos usuários de crack para centros de tratamento e acompanhamento social.

Um dos guardas-civis confirmou a verificação de Jamil. “Na prática essa ação só provoca dispersão dos usuários de crack”, disse o guarda que pediu para não ser identificado.

Outro funcionário da Secretaria de Assistência Social confirmou que a ação não foi planejada conjuntamente com a Prefeitura. “Ontem não sabíamos o que fazer aqui. Ficamos sabendo somente na quinta-feira”, relatou outro funcionário que prefere não ser identificado.

“Com indignação constatei que a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde e da SMADS e também o Poder Judiciário foram excluídos do plano de ação”, afirmou Murad.

Para Jamil é urgente e indispensável que se faça uma ação integrada dos três níveis de governo, unindo segurança, saúde, assistência social, judiciário e sociedade civil.

Pouco resultado

Mesmo com todo aparato policial, ao lado de uma base móvel da Polícia Militar havia um grupo grande de pessoas usando crack, além de diversas pessoas utilizando a droga em outros pontos.

Essa imagem demonstra a ineficiência da ação militar, por limpar uma determinada área e espalhar os dependentes químicos por outras ruas e regiões da cidade.

“Só podemos vencer com união, solidariedade e compromisso mais profundo com o futuro da sociedade, pensando e agindo a médio e longo prazo. Sem desespero e pirotecnia visando resultados imediatos”, concluiu o presidente da Comissão de Direitos Humanos.

A Comissão de Direitos Humanos encaminhará um requerimento solicitando informações sobre o plano de ação da Operação Militar.