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Contra manipulação, Granma defende ‘as verdades de Cuba’

A morte do preso comum cubano Wilman Villar Mendoza, que faleceu na última quinta-feira (19) em Santiago de Cuba, por falência múltipla dos órgãos, provocou uma onda de críticas em tom de propaganda política contra a ilha caribenha. A grande imprensa internacional, e também a brasileira, o tratou como sendo um dissidente em greve de fome, fato negado pelo governo cubano. Dada as proporções que o caso tomou, o diário oficial cubano Gramna publicou, nesta segunda (23), um editorial sobre o tema.

De acordo com o texto, “nos últimos dias, meios de imprensa e representantes de alguns governos tradicionalmente comprometidos com a subversão contra Cuba iniciaram uma nova campanha de acusação, aproveitando inescrupulosamente um fato lamentável: o falecimento de um preso comum, o que talvez somente no caso de Cuba se converte em notícia de repercussão internacional.

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O método utilizado é o mesmo de sempre, que pretende se impor infrutiferamente, por meio da repetição, para satanizar Cuba, neste caso, a partir da deliberada manipulação de um acontecimento totalmente incomum em nosso país, diferentemente de outros.

Por que algumas autoridades espanholas e da União Europeia se apressaram em condenar Cuba sem tentar sequer se informar sobre o tema? Por que usam, sempre de antemão, a mentira quando se trata de Cuba? Por que além de mentir, censuram a verdade? Por que a Cuba sempre é negada a voz e a verdade e o mínimo espaço nos meios de comunicação internacionais sem nenhuma dissimulação?

Atuam com grande cinismo e duas medidas. Que adjetivo dariam à brutalidade policial usada nas manifestações na Espanha e na maior parte da ‘culta e civilizada Europa’, muito recentemente, contra o movimento dos ´indignados’?

Por um acaso o porta-voz chileno perdeu a memória e a noção de realidade quando nos calunia e afirma que o defunto era um dissidente político que se manteve 50 dias em greve de fome? Deve lembrar-se de seus dias de líder estudantil ligado aos militares golpistas de Pinochet que massacraram seu povo e estenderam o desaparecimento e a tortura a todo o Cone Sul mediante o ‘Plano Condor’, mas não se conhecem declarações dele sobre a brutal repressão contra os estudantes que se manifestam pacificamente em defesa ao direito humano à educação universal e gratuita. Ele terá dito algo sobre a repressiva e arbitrária lei antiterrorista aplicada aos mapuches em greve de fome?”

Impressiona a hipocrisia dos porta-vozes dos Estados Unidos, país que ostenta um pobre recorde em matéria de direitos humanos, tanto dentro de seu território como no mundo. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas reconheceu que neste país ocorrem diariamente graves violações em matéria de direitos da mulher, no tratamento de pessoas, discriminação racial e contra minorias étnicas, nas condições desumanas nas prisões, no desamparo dos detentos, em um padrão racial diferenciado e nos frequentes erros judiciais na imposição de pena de morte, na execução de menores e doentes mentais, nos abusos do sistema de detenção migratória, nas mortes na militarizada fronteira sul, nos atos atrozes contra a dignidade humana e nos assassinatos de vítimas inocentes da população civil por parte de efetivos do exército no Iraque, Afeganistão, Paquistão e outros países, e nas prisões arbitrárias e torturas perpetuadas no ilegal centro de detenção da Base Naval de Guantánamo que é usurpada de nosso território.

Poucos sabem que em novembro de 2011, nos Estados Unidos, três pessoas morreram em meio a uma greve de fome massiva de prisioneiros na Califórnia. Segundo os depoimentos dos presos, os guardas não ofereceram nenhuma assistência, e ignoraram, deliberadamente, os gritos de auxílio.

Nos Estados Unidos, 90 prisioneiros foram executados desde janeiro de 2010 até hoje, enquanto que outros 3.222 réus esperam sua execução no corredor da morte. Seu governo reprime assiduamente com brutalidade a quem se atreve a denunciar a injustiça do sistema.

É visível neste caso que nem as autoridades que se referiram com presteza a este fato, nem o aparato do serviço de agressão midiática contra Cuba, se deram sequer ao trabalho de confirmar a informação. Pouco importa a verdade se o que se pretende é fabricar artificialmente e vender uma imagem falsa de supostas violações flagrantes e sistemáticas das liberdades em Cuba que algum dia justifique uma intervenção com o fim de ‘proteger cubanos civis indefesos’.

No mundo inteiro se conhece a vocação humanista de nossos esforços médicos e pessoais da saúde, que não poupam esforços, nem os escassos recursos com que conta o país — em grande medida devido ao criminoso bloqueio que sofre nosso povo há mais de 50 anos — para salvar vidas e melhorar o estado de saúde de seu povo e de muitos outros em todos os confins da Terra.

A verdade de Cuba é a de um país onde o ser humano é o mais valioso: com uma expectativa média de vida ao nascer de 77,9 anos; uma cobertura de saúde gratuita para todo o povo; um índice de mortalidade infantil de 4,9 para cada mil nascidos vivos, cifra que supera os resultados estadunidenses e é a mais baixa no continente, ligeiramente inferior à do Canadá; toda uma população alfabetizada e com pleno acesso a todos os níveis de educação de maneira gratuita; 96% de participação nas eleições gerais de 2008 — um processo democrático de discussão das orientações econômicas e sociais, prévias ao 6º Congresso do Partido.

A verdade de Cuba é a de um país que tem levado suas universidades e escolas aos centros penitenciários, nos quais os reclusos foram oportuna e imparcialmente julgados, recebem salário igual por seu trabalho e dispõem de elevados níveis de atenção médica sem distinção de raça, sexo, credo nem origem social.

Ficará outra vez demonstrado que a mentira, por mais que se repita, não necessariamente se converte em verdade, porque “um princípio justo, mesmo no fundo de uma caverna, pode mais que um exército”.

Da Redação do Vermelho