Sem categoria

Nações do CCG anunciam saída da equipe observadora da Liga Árabe

Seguindo o exemplo Saudita, as monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCG) podem cancelar sua observação na Síria. O jornal Kuwait Qabas publicou nesta terça-feira (24) um artigo no qual citou fontes diplomáticas – não identificadas -, segundo as quais, os Estados árabes do Golfo já anunciaram sua retirada da equipe observadora da Liga Árabe, que eles mesmos pressionaram para que a Síria aceitasse.

De acordo com a informação, os monarcas das seis nações do CCG adotaram a postura anunciada no domingo (22), no Cairo, pelo ministro de Relações Exteriores de Arábia Saudita, príncipe Saud Faisal, de que seu país estava abandonando esse destacamento de observadores.

O argumento de Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Bahrein seria, segundo a fonte, que não desejam que seus monitores "sejam falsas testemunhas de crimes cometidos contra civis", supostamente pelas forças de segurança de Damasco.

Riad expôs a visão do reino wahabita no sentido de que supostamente o governo do presidente sírio, Bashar Assad, tinha rompido suas promessas de respaldar e executar totalmente uma iniciativa de paz árabe, muito alinhada a pressões dos Estados Unidos e Europa.

Ainda que a liga Árabe tenha pronunciado estender em mais um mês o trabalho dos supervisores de 16 países despregados em 20 cidades sírias, a missão está em suspenso devido o severo golpe que constitui a saída de seis países influentes e com grande poderio econômico.

Inclusive, se se decidisse ampliar o monitoramento que agora fazem 165 especialistas, a redução de pessoal limitaria verificar a redução da violência, o diálogo nacional, retirada de tropas das cidades, libertação de detentos e outros pontos do plano árabe.

O chefe da missão observadora, o general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa Dabi, afirmou ontem no Cairo que o governo sírio tem cumprido parcialmente seus compromissos para a paz, e admitiu que seu relatório contradiz a percepção apocalíptica dos chanceleres.

Os titulares de Exteriores adotaram uma dura resolução contra o Executivo de Bashar Assad, urgindo-o a abandonar o poder e criar em um prazo de 60 dias um gabinete de unidade com a oposição armada, depois do qual deveria convocar a eleições em cinco meses.

Dabi, apesar de suas críticas, destacou que na Síria "diminuiu significativamente" a violência, se constataram 136 mortes, foram libertos milhares de presos e operam ao menos 36 repórteres estrangeiros.

Ademais, o oficial sudanês afirmou que em muitos casos os informes de mortos "foram fabricados" e disse ter constatado que "desde a chegada da missão a Síria, 26 de dezembro passado, todo o armamento pesado e veículos de combate foram retirados das cidades".

Fonte: Prensa Latina