De volta a ALEAM, Lisboa retoma discussão sobre tambaqui

O projeto que prevê a proibição da pesca predatória do tambaqui (Colossoma Macropomum) já está tramitando na Casa Legislativa.

Várias discussões aconteceram no ano passado com órgãos de controle de pesca, especialistas do IBAMA, entre outras representatividades do segmento no Amazonas. Estudos apontaram que o tambaqui está ameaçado de extinção na região.

“Defendemos uma moratória da captura da espécie por um prazo de até quatro anos. Se não houver mudanças na atual legislação, o peixe pode desaparecer de uma vez por todas dos rios com o esgotamento dos estoques naturais”, alertou o deputado Wilson Lisboa, líder do PCdoB da ALEAM e autor do projeto de lei.

A ideia do projeto é alterar a lei que permite a captura do tambaqui (dos estoques naturais) com até 55 centímetros de comprimento após o período de defeso, de outubro a março.

Atualmente, de cada dez tambaquis consumidos na Capital, oito são de cativeiros. O Conselho Estadual de Pesca e Aquicultura (Conepa) defende que só um esforço conjunto, reunindo órgãos governamentais, políticos, pescadores e a própria população, poderá gerar uma campanha de conscientização contra a pesca predatória.

Em média, por mês, são consumidos pelo menos 12 mil toneladas de tambaqui, incluindo os produzidos em cativeiro. Lisboa alerta que se não houvesse a piscicultura, não existiria estoques suficientes para abastecer o mercado local.

Sem contar o valor comercial da espécie. Quem produz o peixe em viveiro prefere vender na capital, por meio de atravessadores, que cobram um valor abusivo pelo quilo. Cerca de 10 quilos de tambaqui são vendidos por R$150 reais nas feiras e mercados.

“Uma das prioridades esse ano é continuar com o projeto da moratória do tambaqui. Vamos apresentar ainda essa semana o projeto de lei e colocarmos em votação. Precisamos discutir os incentivos para a piscicultura no Amazonas”, afirmou o deputado.

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
Outra bandeira que será levantada pelo deputado Wilson Lisboa (PCdoB) é a criação de alternativas econômicas para os municípios do interior.

“O governador Omar Aziz anunciou que vai explorar potencialidades locais. Mas nós já sabemos onde existem. Agora é implementar o processo com instalações de fábricas” disse o deputado.

Lisboa defende que a partir do momento que o município de Fonte Boa, por exemplo, for contemplado com a construção de uma fábrica de bacalhau com a salga do pirarucu e outros pescados, mão de obra e emprego, renda de até dois salários mínimos para a população vai aumentar e, assim, reduzir a dependência do Pólo Industrial de Manaus (PIM). A expectativa é que fábrica seja responsável pela crianção de cinco mil empregos diretos e indiretos.

Ainda de acordo com o parlamentar, é preciso ter uma discussão maior na Casa sobre o assunto. Segundo ele, a atenção da maioria dos deputados é para Manaus.

“Não podemos viver a mercê do PIM. Temos que criar alternativas para situações de ameaça”, disse Lisboa.