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Movimento negro ocupa shopping tradicional em São Paulo

Cerca de 300 manifestantes da Marcha contra o Racismo, que aconteceu no sábado (11), realizaram um protesto dentro do Shopping Pátio Higienópolis, bairro de classe média alta, em São Paulo (SP). "Por menos que conte a História, não te esqueço meu povo, se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo “, entoavam em coro cadenciado dentro do tradicional centro de compras paulistano. A ação foi documentada em dois vídeos postados na internet.

O ato começou por volta das 14h, no Largo Santa Cecília, região central, e seguiu rumo ao shopping, onde uma carta com denúncia sobre fatos recentes discriminatórios, como o do universitário negro que foi agredido dentro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, o Pinheirinho e Cracolândia.

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O manifesto também destacou o caso da estagiária do Colégio Internacional Anhembi Morumbi que foi orientada a alisar os cabelos para manter “boa aparência”. A ameaça de fechamento do Núcleo de Consciência Negra, dentro da USP, que funciona há 24 anos no campus Butantã, também foi lembrada.

“É interessante notar que houve reações das pessoas fechando lojas. A entrada de negros no local acabou chocando. E era essa a intenção do protesto: ocupar um espaço onde tradicionalmente é frequentado por brancos, em sua grande maioria. Houve uma tentativa dos seguranças de impedir nossa entrada. Mas éramos muitos, o que inibiu a ofensiva”, contou ao Vermelho Leandro Salvático, coordenador do Núcleo de Consciência Negra, que integra o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, que promoveu a atividade.

O Comitê é formado por diversas entidades Associação de Amigos e Familiares de Presos e Presas (Amparar), União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Anastácia Livre, Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove), Centro de Resistência Negra, Círculo Palmarino, Mães de Maio, Movimento Negro Unificado (MNU), Movimento Quilombo Raça e Classe, entre outras.

A próxima atividade do Comitê está marcada para o dia 21 de março e pretende agregar entidades dos movimentos sindical e estudantil: “Fomos lá para mostrar que o negro também pode ocupar um espaço como aquele também como consumidor e não somente como empregado da loja ou da área de segurança. Nos vídeos é possível ver que alguns dos trabalhadores estavam solidários com a causa. Foi uma ação importante para começar a colocar a questão em pauta. Durante este ano teremos muito mais”, completou Leandro.

A USP vai ficar preta

A USP vai ficar preta. Esse é o tema da calourada de 2012 promovida pelo Núcleo de Consciência Negra, na USP. Com muita discussão sobre o racismo e política, as atividades estão marcadas para 1º, 13 e 23 de março, sempre a partir das 18h, dentro do campus Butantã.

Confira os vídeos abaixo:

de São Paulo
Deborah Moreira