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Caso Eloá: 'Precisamos de pais mais atentos', diz ministra

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, citou neste sábado (18) o assassinato de Eloá Pimentel para fazer um "alerta" aos pais contra a violência e o abuso sexual de crianças e adolescentes. O assassino de Eloá, Lindemberg Alves, de 25 anos, foi condenado a 98 anos e 10 meses de reclusão pela morte dela e por outros 11 crimes cometidos durante o sequestro, ocorrido em 2008.

Em visita à central de atendimento do Disque 100, serviço de denúncia contra violações aos direitos humanos, ela criticou o fato de a família ter permitido que Lindemberg mantivesse relações com a adolescente.

"Em todos os noticiários nós vimos que aquele que matou a menina Eloá entrou na sua casa e pediu autorização da sua família, quando ela tinha 12 anos, para ter uma relação com ela. Será que é possível que os pais e mães não estejam atentos que, com 12 anos, não é possível que as meninas, que os meninos estejam sexualizados precocemente?", indagou.

Maria do Rosário disse que não responsabilizava a família pela morte, mas disse que os pais precisam ficar "mais atentos". "A família não é responsável pelo sujeito que apertou o gatilho, mas uma atenção maior com uma criança de 12 anos, eu acho que todos nós devemos ter no Brasil", disse.

Ela lembrou que é crime uma pessoa maior de 18 anos manter relações sexuais com menores de 14.

Em Brasília, a ministra divulgou o Disque 100, que recebe denúncias de violência e exploração contra crianças, homofobia, maus-tratos contra idosos e portadores de deficiência.

Ao fazer um apelo para o uso do serviço, ela disse que a sociedade também precisa se mobilizar. "Nós precisamos não só governos mais atentos, nós estamos tentando fazer nossa parte. Nós precisamos de pais e mães mais atentos, cuidadores mais atentos, sociedade mais atenta."

Disque 100

Criado em 2003 para receber denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, o Disque 100 funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, incluindo feriados. No país, o serviço articula 450 atendentes e colaboradores.

Ao receber as ligações, a secretaria busca orientar o denunciante e aciona órgãos de proteção da cidade, como a polícia, conselhos tutelares e promotorias. Até 2010, o serviço encaminhou mais de 145 mil denúncias.

Maria do Rosário informou que as equipes de atendimento estarão reforçadas neste carnaval, quando, segundo ela, aumentam os casos de violações aos direitos humanos.

Fonte: G1