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Com ações socioculturais, Orpas cria possibilidades e caminhos

“Conviver de perto com as adversidades e entender que era preciso fazer algo para reverter”. Foi baseada nessa realidade que, em 2005, foi criada a organização não-governamental Obras Recreativas, Profissionais, Artísticas e Sociais (Orpas), disse ao Vermelho Daniel Neves de Faria, presidente da organização.

Das Redação do Vermelho, Joanne Mota

Localizada na Zona Sul de São Paulo, e com atuações no Brasil e na Argentina, a Orpas oferece formação profissional e artística aos jovens da região. Além disso, também realiza atendimento psicológico, orientação profissional, atendimento jurídico gratuito à comunidade carente de maneira geral, ministra palestras em universidades e empresas privadas ou públicas.

Daniel Neves de Faria disse ao Vermelho que, no Brasil, de forma direta, “a instituição já ajudou mais de 500 pessoas. Além disso, hoje atendemos 170 crianças na periferia de Córdoba, na Argentina, e 60 crianças da periferia de São Paulo”.

Segundo ele, o foco da Orpas é orientar os jovens contra adversidades como gravidez precoce, tráfico e consumo de drogas e a criminalidade. Para tanto, Daniel explica que “a Orpas trabalha a partir da perspectiva do desenvolvimento local, com atividades que vão desde ações culturais, como complementação às atividades escolares, até o acesso ao aprendizado de línguas estrangeiras”.

Ele acrescenta que “outra ação social da Orpas foi a implantação de uma moeda social chamada moeda Orpas, que circula, desde 2010, potencializa a economia do bairro e atinge pelo menos 50 famílias. Além disso, a Orpas trabalha com microcrédito voltado para as mães da comunidade, o que ajuda de forma direta a vida dos envolvidos nos projetos, especialmente quando observamos o conjunto das ações”.

Daniel Neves de Faria disse ao Vermelho que a instituição conta com um programa de intercâmbio, o qual possibilita a troca de realidades. “Recebemos pessoas de diversos lugares do mundo que vêm para o Brasil para conhecer nossa realidade, para estudar o nosso modelo e aplicar nas comunidades onde a Orpas atua. Da mesma forma, enviamos nossos alunos para conhecer outra cultura e aprender com as novas realidades. Em 2011 nós enviamos a primeira turma para a Argentina”, acrescenta.

“Todo o trabalho realizado pela Orpas acontece por acreditarmos que o movimento de transformação social se dá de dentro para fora, com os trabalhos das ONGs, e de fora pra dentro, com as pessoas que contribuem para que isso aconteça. E é bom frisar que todo esse trabalho é realizado por voluntários sensíveis à causa e que acreditam nas propostas da instituição”, finaliza Daniel.

Outro caminho é possível

“Comecei como aluna e quando percebi já estava dando aula de formação humana infantil”. Essa foi a explicação dada por Aline Souza da Silva, hoje formada em Economia e vice-presidente da Orpas, para externar sua parceria com a instituição.

“Comecei como qualquer um. Iniciei fazendo aulas de violão e depois passei a ministrar aulas de formação humana para crianças de 6 a 11 anos. Para mim uma experiência única, pois ministrar essas aulas demonstra logo cedo para as crianças a importância de certos aspectos e valores sociais. E é uma grande recompensa perceber que pude contribuir de alguma forma”, elucida Aline.

Segundo ela, as aulas de formação humana proporcionam aos alunos o contato com conceitos éticos e sociais, que preparam a personalidade para as questões complexas da vida. “É muito gratificante encontrar depois estas crianças crescidas e com resultados positivos em relação à vida. Isso realmente faz valer a pena o trabalho”, relata a vice-presidente da Orpas.