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ONU analisa nesta quinta-feira situação no Haiti

O Conselho de Segurança da ONU analisa nesta quinta-feira (8) a situação no Haiti, marcada pela recente renúncia do ex-primeiro ministro Garry Conille e diversas ações de protesto de ex-militares haitianos.

O órgão de 15 membros escutará uma intervenção do chefe da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), o chileno Mariano Fernandez, que assumiu o cargo há 10 meses.

Também estudará um informe elaborado pelo secretário geral da organização mundial, Ban Ki-moon, sobre a evolução da situação nesse país antilhano desde agosto do ano passado até agora.

Em seu informe, o máximo responsável da ONU chama os dirigentes haitianos a trabalhar juntos e a evitar as recentes disputas "que têm impedido os progressos no fortalecimento e reforma das instituições" no Haiti.

O documento considera que a renúncia de Conille foi consequência do "enfrentamento continuado entre os setores executivo e o legislativo do governo e as tensões dentro do executivo".

Igualmente, critica os dirigentes haitianos por não estar à altura das expectativas legítimas de seus eleitores para "governar efetivamente nos momentos de necessidade sem precedentes no Haiti".

Nesse sentido, insta a todos os envolvidos na crise a participar em um diálogo político construtivo para chegar a um acordo e à reconciliação políticos baseados na tolerância mútua. Sobre o caso dos ex-militares que ocuparam os centros de adestramento, o informe de Ban Ki-moon exorta o governo a adotar medidas firmes contra essa ameaça para a estabilidade do país e a investigar "suas fontes de financiamento e apoio".

Contudo, o documento menciona de forma breve a situação da epidemia de cólera, cuja responsabilidade foi atribuída aos militares da ONU, e os atos de abuso sexual cometidos por membros dessa força.

O relatório indica que até 20 de janeiro, o número de casos acumulados de pessoas infectadas pelo cólera era de 526.524 e o de mortos 7.025 desde o outubro de 2010.

Com respeito às faltas cometidas pelos capacetes azuis contra a população civil, o texto promete fortalecer as medidas de prevenção, acelerar a gestão dos casos disciplinares e adotar medidas corretivas.

Em fevereiro passado, o Senado haitiano aprovou por unanimidade uma resolução que pediu a retirada da imunidade de dois funcionários da missão da ONU acusados em um dos casos.

Há cinco meses, o Conselho de Segurança reduziu os efetivos militares e policiais em 1.600 e 1.150 elementos, respectivamente, para deixá-los em 7.699 oficiais e soldados e 3.542 agentes policiais.

A Minustah está no Haiti desde 2004 e agora conta com pessoal procedente de uns 60 países, entre eles Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru, Uruguai, Colômbia, El Salvador, Granada e Jamaica, pela América Latina e Caribe.

Prensa Latina