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EUA ratificam política limitadora de viagens a Cuba

O governo dos Estados Unidos revalidou sua política de limitação com relação às viagens de seus cidadãos a Cuba, por meio de um novo decreto restritivo do Departamento do Tesouro.

O Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC), do governo federal, ameaçou suspender a licença de operadores que anunciarem viagens a Havana com sugestões incluídas sobre percursos turísticos.

Em janeiro de 2011, o presidente Barack Obama emitiu um relaxamento relativo na proibição dos contatos com Cuba e permitiu que companhias aéreas e agências pudessem organizar viagens à nação caribenha, mas só com fins culturais e educativos.

Não obstante, as primeiras licenças não foram outorgadas pelo OFAC até seis meses após o consentimento da Casa Branca e ao mesmo tempo que a congressista conservadora Ileana Ros-Lehtinen solicitou ao Tesouro medidas anticubanas mais severas neste tema legislativo.

Já antes, no dia 25 de julho de 2011, o OFAC esclareceu que a flexibilização concedida pelo Escritório Oval a respeito das visitas de estadunidenses à nação antilhana seria um erro a interpretar como uma promoção do turismo.

"Um requisito é que cada viajante deve ter um itinerário completo das atividades de intercâmbio educativo. A publicidade que parecer se desviar desse requerimento pode ser objeto de verificação", advertiu nesta semana o comunicado da OFAC.

O texto enfatizou que o Escritório de Controle "não autoriza transações relacionadas com atividades que estão principalmente orientadas ao turismo".

É tempo de que os Estados Unidos examinem e atualizem suas políticas para com Cuba, porque falharam as mantidas por Washington durante os últimos 49 anos, sublinhou recentemente um renomado analista político neste país.

"É hora de a Casa Branca esqueçer os dias da chamada Crise dos Mísseis (outubro de 1962), quando Cuba era vista como um posto avançado ameaçador da União Soviética", assinalou o editorialista Mortimer B. Zuckerman citado pelo The New York Times.

"O presidente Raúl Castro iniciou mudanças favoráveis para a Ilha, eliminando excessivas regulações, fomentando a produtividade e apontando para um governo menor e eficiente, ao mesmo tempo em que mantém os excelentes sistemas de saúde e educação públicas", insistiu Zuckerman.

"Por outro lado, a comunidade cubano-americana radicada nos Estados Unidos já não é a mesma que a da década de 60 do século passado. Está composta em sua maioria por jovens com uma atitude diferente à de seus antecessores, e muitos opinam que o bloqueio deve acabar", agregou.

O Congresso dos Estados Unidos negou em dezembro passado uma proposta legislativa que tornaria menos burocrático e rígido o requerimento de que Cuba pague em numerários e adiantado por suas importações do país do norte.

Líderes no Congresso norte-americano, pressionados por deputados conservadores da comunidade cubano-americana, concordaram em eliminar a iniciativa apresentada pela representante republicana Jo Ann Emerson, que teria facilitado Havana a comprar mercadorias de Washington.

A emenda de Jo Ann foi eliminada por exigência de congressistas de extrema-direita como Ileana Ros-Lehtinen, Mario Díaz-Balart, David Rivera e Marco Rubio.

Washington mantém há meio século um bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba que já custou à Ilha mais de US$ 975 bilhões e constitui uma violação da Carta das Nações Unidas e das normas do Direito Internacional.

Fonte: Prensa Latina