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Conselho da ONU votou em coro para investigar Israel 

Na última quinta-feira (22), o Conselho de Direitos Humanos votou — por 36 votos a favor, um contra (EUA) e dez abstenções — o envio de uma missão internacional para investigar os assentamentos judaicos nos territórios ocupados.

A resolução foi criticada por Israel, que nesta segunda-feira (26) rompeu relações com o Conselho, em retaliação. Israel não é membro do CDH, mas tem o direito de acompanhar sessões e fazer intervenções por ser membro da ONU.

Desde 2006, das mais de 80 condenações aprovadas no CDH, cerca de 40 foram contra Israel. A maioria contra a ampliação de assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos Ocupados, que são considerados ilegais pelo direito internacional.

Apesar das recorrentes resoluções contra Israel, a votação quase unanime foi novidade. O resultado da sessão surpreendeu fontes ligadas ao CDH que falaram à Folha, de Genebra.

Nos bastidores da votação, em nota ao Conselho, o governo da Áustria condenou fortemente os assentamentos israelenses: "Eles constituem um obstáculo à paz e ameaçam tornar impossível a solução de dois Estados".

Já Itália e Espanha, que se abstiveram da votação, justificaram que "uma missão de investigação de fatos seria uma duplicação dos mecanismos já existentes. Não ajudaria a redesenhar um novo cenário que advogue por sérias negociações".

O artigo nono da resolução do CDH estipula a criação e envio de uma missão "para investigar as implicações dos assentamentos israelenses nos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais do povo palestino nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo no Leste de Jerusalém". Também pede que Israel coopere plenamente e não obstrua o processo de investigação.

Agora porém, o rompimento com o CDH é um revés à proposta da missão. Significa que Israel deve impedir o acesso dos investigadores da ONU ao território israelense e à Cisjordânia.

Fonte: Folha